sexta-feira, 11 de março de 2011

Ser um mundo

Pode gostar-se mais de uma pessoa pessoa do que outra apenas um bocadinho. No entanto, pensar que ela é como mais ninguém, isola-a de todos os outros. É como mais ninguém.
Amá-la como a mais ninguém torna-a incomparável. Logo, não gosto nem mais nem menos do que quem quer que seja. Só existe ela. Ela é o mundo, porque essa é uma das definições intrínsecas do Amor: ser o mundo.
É por isso que o Amor também é uma guerra ou, se quiserem, um continuado campo de batalha. Os mundos conquistam-se palmo a palmo, trincheira a trincheira. Essa é a História do Mundo e também a História do Amor.
Um amante passa a vida em guerra, disputando um olhar ou um minuto de atenção desse mundo com todas as armas de que dispõe. Às vezes um olhar, outras vezes palavras, outras ainda o próprio corpo. É uma guerra sem tréguas em que às vezes se é certeiro, outras vezes nem por isso. Eu, como um soldado de quase quarenta anos, já dei alguns tiros no pé. Perdi terreno e voltei a conquistá-lo de novo. Teve que ser. Tem sempre que ser.



Bagaço Amarelo