segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

mensagens por telemóvel que não envio por serem foleiras mas que queria enviar na mesma

Tenho um amigo que tem um blogue fenomenal que visito regularmente. Desde sempre que acho um piadão ao nome que dá às "etiquetas" dos posts que publica. Tem uma que acho especialmente deliciosa e lembrei-me dela hoje: "mensagens por telemóvel que não envio por serem foleiras mas que queria enviar na mesma". E  isto tudo foi agora um belo pretexto para dizer que estou cheinha de vontade de enviar uma, mas que não vou enviar porque é bem provável que seja foleira. 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Tough days

A semana não foi fácil. Por várias razões e uma delas foi o facto do meu filho também ter tido um dia menos bom pelo meio. Um dia menos bom na vida do meu filho, é um dia mau para mim. E é-o porque perante certos caprichos da vida as mães sentem-se tão impotentes! É o quase nada poderem fazer para que se sintam melhor e é uma sensação bastante ingrata. Há então que recorrer ao que está ao nosso alcance, mesmo que seja apenas envolvê-los numa teia de amor um dia inteiro e ajudá-los, especialmente nesse dia, a crescer com a certeza que essa teia nunca os abandonará. Perante um episódio semelhante ao desta semana, há algum tempo atrás, não foi esta a opção que fiz. Lamento-o até hoje. É que, entre nós, os pais, parece haver uma tendência generalizada para minimizarmos o que se passa com os nossos filhos... "é provável que a coisa se resolva sem mais"... É tão mais fácil cairmos nesse lugar comum.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O fenómeno do papel térmico

O que nos fica dos momentos que vivemos são as sensações. Li eu algures, há uns tempos atrás. Ao que parece, o que o cérebro humano armazena é, efectivamente, o que os sentidos registaram no momento, seja a intensidade da luz (imagem clara ou escura), ou da temperatura (frio ou calor). Mesmo a sensação de barulho ou silêncio fica em nós, segundo dizem.  A realidade é que, quando olhamos para um determinado momento da nossa vida no passado, recente ou não, não são imagens assim tão nítidas que enxergamos. Serão detalhes, aspectos, nitidez não.
A mim acontece-me muito isto de recordar momentos associando-os a sensações. Na verdade, às vezes, recorro às sensações (tipo, enquadramento) na esperança de estas me ajudarem a relembrar depois rostos. Nítidos, queria eu. Como se estivesse a olhar para eles. E é tão difícil! É engraçado que as sensações ficam e os rostos das pessoas presentes nos tais momentos, e que não vemos há algum tempo, tendem a desvanecer. E fazemos um esforço tremendo! Fechamos os olhos para melhor recuperarmos as feições que queremos porque queremos guardar, mas não há meio. O cérebro prega-nos partidas. É como aquele papel térmico do multibanco. Com o tempo, o que está impresso desaparece. "Se é importante, o melhor é fazer uma cópia."
Eu não quero cópias!

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Luz e calor

Hoje acendi todas as velas que tenho em casa. Há muito tempo que não o fazia. Não sei se sei explicar porquê. Gosto muito de velas. De ambientes com velas. Talvez seja por isso. Pela luz que sem ser grande luz é grande na luz que cria. Pelo calor. Sem ser grande calor, é grande no calor que cria. Talvez pelo aconchego. É que, sem ser grande aconchego, é grande no aconchego que cria.
Porque precisei.
Porque representam, neste momento, a luz e o calor do aconchego.

e um olhar perdido é tão difícil de encontar como o é congregar ventos dispersos pelo mar

Ruy Belo

domingo, 6 de fevereiro de 2011

RIP Gary Moore - Quando os nossos ídolos morrem

Quando os nossos ídolos morrem, há algo em nós que morre também. Acredito fatalmente nisto. Serão, para os outros, personagens que fazem parte de uma história que não passa de história. Figuras nunca vistas. Distantes num mundo de fantasia que está longe de ser real e que, por isso, não compreendem. Para nós não é nada assim! Serão de um mundo fisicamente distante, mas têm neles outro mundo que está coladinho ao nosso! Mais do que isso, o mundo deles torna-se nosso e o nosso vive no mundo que eles nos dão a conhecer a partir das suas musicas (no caso). E partilham o nosso quarto, vão para o banho connosco, ouvem as conversas secretas com os nossos amigos, sonham e choram, também. Estão sempre lá para nós. Por vezes, transformam-se num aconchego. Quantas vezes os procuramos como curandeiros da alma!
Tomarmos conhecimento que o nosso ídolo (ou um dos) da adolescência desapareceu definitivamente, deixa-nos inquestionavelmente nostálgicos e sentimos que um bocadinho do que somos (e fomos) levou um abanão. Eles representam-NOS! Sentimos um dia uma tal cumplicidade que temos a sensação que só nós e eles é que percebemos o que quer que haja para perceber em determinadas alturas.
Não fui eu que perdi um ídolo. Este é o ídolo do meu irmão que um dia fez com que ele desejasse ser um "Teenage Idol". Que também sonhou e chorou comigo algumas vezes.

Teenage Idol

He never did much good when he went to school
Too many teachers there were to many rules
A dirty face kid he was never outta trouble
His mom and papa told him better get out on the double
But when he heared that music on the radio
He knew one day he was gonna be a teenage idol

He quit his job in the factory
He was tired if makin' peanuts so jumped out of the tree
He couldn't wait another day to get out of that place
He punched the clock and he broke its face
But when he heared that music on the radio
He knew one day he was gonna be a teenage idol

He's a teenage idol
He knows how to rock and roll
A teenage idol
He's way out of control

He ditched his chick and he sold his car
He bought himself a hot guitar
He joined a band and they cut some tracks
He hit the road and he's never looked back
And now they're playing all his records on the radio
Ans everyone knows that he's gonna be a teenage idol

He's a teenage idol
He knows how to rock and roll
A teenage idol
He's way out of control

And now they're playing all his records on the radio
AnD everyone knows that he's gonna be a teenage idol


sábado, 5 de fevereiro de 2011

De mãos dadas

É Sábado. Acabei de o deixar numa das suas actividades de fim de semana e segui caminho. Dormi pouco. Acordei cedo. Ainda assim, não sinto o peso das horas não dormidas. Caminhar pelas ruas cheias de gente que não vejo, sem ir a lugar nenhum, parece-me, neste momento, perfeito. Começo a ouvir ao longe uma melodia que brota de um canto da rua a partir de um qualquer saxofone. Tenho a sensação que não indo a lugar nenhum, em algum lugar me vou encontrar. Paro para um café. Sento-me numa das mesas que estão na rua e ao som continuado do saxofone partilho um café comigo mesma. Sem mais, a hora aconteceu. Levanto-me e caminho em direcção certa. Desta vez sei para onde ir. Aproximo-me, ouvindo um piano. Depois, silêncio. Abre-se uma porta e uma mão procura a minha. Só a minha. Agarramo-nos com força. A caminhada é agora a dois e sabemos bem para onde vamos. Se não soubéssemos, não faria qualquer diferença. Íamos de mãos dadas. E o realmente importante era isso.
Ah! E nunca nos largarmos!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

diário - 01/02/2011

Gustav Klimt, O Abraço

Olho o nada e vejo um sorriso. 
Abraço imagens. 
Deixo envolver-me em pensamentos. 
Nas mãos o nada que não largo. 
Que com ambas as mãos agarro. 
Olhos cerrados. 
Enrolo-me em mim. 
Encolho-me pequenina.