sábado, 30 de outubro de 2010

Life as we know it...

é o nome do filme que acabei de ver. Não. Desta vez não vou elogiar actores ou comentar a relevância dos conteúdos abordados. Desta vez vou mesmo é relatar uma das cenas que surgem logo no início do filme, quando os protagonistas se conhecem (blind date).
Cumprimentaram-se pela primeira vez e decidiam o restaurante onde iriam jantar quando colocaram as "cartas na mesa", pois acharam que a coisa não iria correr bem... A mocinha ainda se dispôs a fazer o sacrifício, mas o herói convenceu-a de que talvez não fosse uma boa ideia. Boa ideia mesmo seria ele sair com os seus amigos(as) e ela, bem, ela... talvez fazer o que raparigas como ela costumam fazer a um Sábado à noite, tipo, "read... and blog... do you have a blog?... You look like a person who has a blog..." Relevância deste post: Should one be worried?????

A banda sonora do filme? De primeira! Ora vejam:

domingo, 24 de outubro de 2010

Nós sós dava tanto jeito!

Às vezes tentamos, lutamos, esperamos, resistimos, insistimos e... cansamos, inevitavelmente. Expiramos. Baixamos o olhar. Os braços, também. Decidimos ir em frente, tem que ser, se não por nós, por alguém há-de ser, mas já não é em frente que olhamos. Espetamos os olhos em cada pedaço de chão e ansiamos por chegar ao destino sem qualquer tipo de abordagem. Calamos. Só nos queremos a nós e estar connosco. Tornamo-nos egoístas de nós mesmos e gostamos de nós sós. Nós sós somos os maiores. Nós sós não nos decepcionamos. Nós sós sabemos com o que podemos contar. Nós sós ficamos bem com o muito e com o pouco. Nós sós não esperamos, nem pelo tudo nem pelo nada. Nós sós não nos atrasamos nem nos adiantamos. Nós sós não queremos, mas também não deixamos de querer. Nós sós sonhamos e só nós sabemos o que sonhamos e sabemos que não passa de um sonho e, mesmo assim, não nos envergonhamos de o sonhar. Nós sós vivemos a vida que somos nós e deixamos viver. Nós sós dava tanto jeito!
Às vezes é tão difícil não desistir.

Mais do que palavras... XIX




 Como é possível perder-te
 sem nunca te ter achado
 nem na polpa dos meus dedos
 se ter formado o afago
 sem termos sido a cidade
 nem termos rasgado pedras
 sem descobrirmos a cor
 nem o interior da erva.

 Como é possível perder-te
 sem nunca te ter achado
 minha raiva de ternura
 meu ódio de conhecer-te
 minha alegria profunda
Maria Teresa Horta 

sábado, 23 de outubro de 2010

Castelos de areia

Sempre gostei muito da Julia Roberts! Por variadíssimas razões, que não me apetece enumerar agora, mas, principalmente, porque quando caminha "mete" os joelhos para "dentro", facto que me deixa felicíssima, pois é bom saber que há mais como eu e, ainda assim, huge!
Gostei da Elizabeth Gilbert, por variadíssimas razões, mas, principalmente, pela sua restless nature, facto que me deixa felicíssima, pois é bom saber que há mais como eu e, ainda assim, huge.
Gostei do filme "Eat, Pray, Love" e ainda estou a gostar do livro...
Orgulho em ser mulher. Enorme orgulho em ser memyselfandi.
Castelos de areia? Muitos!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sweet 18

De manhã, no cabeleireiro, apareceu por lá uma miúda encantadora que irradiava fresquidão e toda ela era sorrisos. Queria ficar bonita, disse, pois era o dia do seu aniversário. 18 anos. O telemóvel não parava, sms's que não acabavam mais e lhe iluminavam o rosto com sorrisos cada vez mais bonitos. De todas as que lá estávamos, era ela a mais novinha. Por alguma razão, o nosso instinto maternal, aliado ao facto da miúda nos fazer lembrar os 18 anos de cada uma de nós, criou, naquele lugar, um ambiente terno e todas parecíamos torcer para que a rapariga não parasse de sorrir e de partilhar o que lhe ia na alma. Telefonema do pai, felicidade imensa estampada naquela carita. Telefonema da mãe, reacção semelhante, mas mais efusiva, porque esta a informou que tinha colocado na sua conta  150 euros para gastar no que lhe apetecesse. Bem! Até lágrimazita no canto do olho nós vimos e tudo! A miúda era tão transparente! Lembrou-me alguém. Comentámos, mais tarde, como seria bom ficarmos tão intensamente felizes pelo simples facto de nos terem oferecido 150 euros. Não quero eu dizer que 150 euros é pouco, de maneira nenhuma! Embora não me possa queixar no que diz respeito às minhas prendinhas de aniversário por esta altura, que foram sempre algumas (família numerosa), não me recordo de ter recebido uma prenda de 30 contos de uma só vez! O que todas questionámos, acho, foi o facto de já não termos a capacidade de sorrir desta forma, com o coração infinitamente feliz por uma coisa tão singela...
Como eu desejo àquela miúda que continue a irradiar "luz" desta forma e que nunca deixe de ter a capacidade de soltar uma lágrima de felicidade por cada gesto de carinho que receba.

Foto: Memyselfandi, 18

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Concerto dos U2: o que nem todos viram...

A pedido da Dona deste cantinho tão interessante, vou falar um bocadinho daquela que é a “melhor banda da actualidade” e da minha segunda experiência num concerto da mesma. 
Estou, para quem ainda desconfia, a falar dos U2. Como tantas vezes ouvi dizer estes últimos dias, a maior empresa da Irlanda. Ora, se nós somos a maior empresa, seja do que for, temos que, obrigatoriamente, ser muito bons…como é o caso!
Os U2 actuaram sábado e domingo, dias 2 e 3 de Outubro, em Coimbra, tendo estado em Sevilha no dia 30 de Setembro. Três concertos mais que seguidos. Isto requer, obviamente, muito esforço e, sobretudo, muito profissionalismo. Diz quem esteve na noite de dia 2 que o concerto foi indescritível e memorável. Eu não posso dizer exactamente o mesmo. Foi seguramente um concerto que ficará na minha memória como tantos outros. Na minha memória ficará (não por ter ficado à frente uma vez que no anterior também fiquei, mas  talvez porque estou mais observadora) um profissionalismo e uma camaradagem impressionantes. 
O vocalista, Bono, como sabem, foi operado recentemente à coluna e apesar de nos ter dito que queria fazer daquela noite a melhor dos nossos dias não creio que para ele tenha sido. Quando cantava Mysterious Ways’ magoou-se e continuou o concerto em perfeita agonia que só quem viu entendeu como ele é, acima de tudo, “O Bono”. Em ‘Magnificent’ engasgou-se de tal forma que só após um membro da equipa de apoio o ter ajudado e à custa de muita água, conseguiu acabar de cantar. Devo dizer que saí do concerto impressionada com o grupo, o entendimento e a entreajuda. Nenhum dos outros membros da banda brilhou mais que o próprio Bono. Acataram uma postura mais intimista o que transformou o concerto numa reunião lá em casa. Eles estiveram o tempo todo na nossa casa, brindaram-nos com um mega espectáculo de cor e efeitos especiais e ao som do “Space Oddity” de David Bowie iniciaram a viagem ao longo de mais de duas horas de magia sofrida e de êxtase dos 45.000 convidados. Momentos especiais como “Sunday Bloody Sunday”, “Where the streets have no name” ou “Elevation” elevaram a um “Beautiful day” todos os que depois de terem apanhado muita chuva os viram abençoados pelo São Pedro sem uma única pinga! Só o poder da música e das boas energias o consegue! 
Entre mensagens de Paz que já caracterizam a Banda, Bono anunciou que o valor dos bilhetes da RED ZONE seria entregue para a investigação sobre o HIV. Para nos brindar com algo diferente e especial, talvez por não estarem tão efusivos, tocaram em primeira mão a canção “Boy Falls From The Sky” que irá fazer parte da banda sonora do novo filme do Homem Aranha. Desta vez e com muita pena minha nenhuma menina subiu ao palco para poder dançar com o vocalista. Pena, de facto. No entanto, entoamos em conjunto e com a coordenação do Bono um “éfe-érre-á’ correspondente à cidade em que nos encontrávamos e com o bom humor e assertividade que os caracteriza, finalizaram o concerto ao som de ‘Singing in the Rain’ de Sinatra com direito a chapéu-de-chuva e coreografia divinamente desempenhada. 
Vi um concerto de uma banda comovida, agradecida, muito profissional que me brindou com uma noite emocionalmente diferente.  


Celeste Silva