sexta-feira, 29 de abril de 2011

Sentir os sentidos

boca, tens boca para me saborear?
olhos, tens olhos para os meus afagos?
ouvidos, tens ouvidos para os meus murmurios?
mãos, tens mãos para recompor ternura?
e sol, tens sol eterno

eu sou a cera que se derrete nesta mente agitada 
que se torna cúmplice numa ousada caminhada 
mas que arde sempre até ao fim.

Blogue "As velas ardem sempre até ao fim"

Faltou um para os sentidos ficarem todos sentidos e tão importante de sentir...

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pessoalmente

...não acho grande piada quando a vida nos brinda com um bocadinho de paraíso para depois o tirar logo a seguir. Como quando mostram um doce a uma criança e depois não lho deixam comer.

Acabaram as férias (thank God!)

Fui de férias. Viajei para longe para me esquecer de mim. Não deu resultado. Para onde quer que vá a minha cabeça é a mesma. Não consigo tirar férias de mim. Talvez fosse melhor ser uma pessoa normal, com rotinas, família e coisas dessas. O meu azar é ter fé em coisas utópicas, coisas que não existem. Em nada me sinto segura, ninguém me pode convencer, só eu me posso convencer a mim própria. Há muito que me convenci que não tenho cura e os dias passam sem piedade.Vim de férias.

Pedro PaixãoOs corações também se gastam

terça-feira, 26 de abril de 2011

Se cuidas de mim

Eu cuido de ti também
Dentro da minha mão
Eu guardo-te bem
Se amarmos do princípio
Se perdermos tudo outra vez
Vou marcar-te bem
Como um sonho vão
Dentro da minha mão

Se cuidas de mim
Eu cuido de ti também
Se vens em paz
Eu venho por bem
Se formos bebendo
O chão deste caminho
Vou guardar-te bem
Agora que sei
Que não vou sozinho

Há uma praia depois da sombra
Uma clareira p'ra iluminar
Há um abrigo no meio das ondas
Tu a caminho p'ra iluminar

Por isso vem
Tiago Bettencourt

domingo, 24 de abril de 2011

Novo ciclo, velho ciclo.

Acho que já estou pronta para ir "harmonizar" para o Alentejo outra vez. Embora ainda nem meia dúzia de  dias tenham passado sobre o meu regresso, agradecia hoje mais uns dias assim. Talvez porque estão a acabar as férias. Talvez porque, às vezes, o que pensámos que iríamos conseguir depois de renovadas as energias no meio de tanta harmonia, para lutar com mais força pelo que nos é normalmente difícil de conseguir, não foi o suficiente, não correspondeu ao nosso esforço e mais energias são necessárias para continuar.
É interessante, sempre que há alguma mudança, que se renova um ciclo, aparentemente, desenha-se perante nós um cenário que parece, todo ele, renovado, também. Perspectivamos melhorias, principalmente no que está menos bem no nosso universo, claro. Só que há vezes em que as melhorias tardam a acontecer. Ou nem acontecem.
Então, à primeira contrariedade ainda conseguimos olhar para o lado, contornamos e seguimos. À segunda, já respiramos fundo, mas olhamo-nos ao espelho, colocamos o cabelo para trás e "mundo cá vou eu, mais uma vez". À terceira, já apetece baixar os braços e olhar para o chão. E o que isso custa, meu Deus! As expectativas que criámos, o optimismo que teimámos em manter,  o sorriso que não queríamos deixar morrer. Aceitarmos, finalmente, que há coisas que não podemos. Que há batalhas que não nos permitem ganhar sozinhos. Que tudo em nosso redor faz questão de que abdiquemos do objecto da nossa luta.
Quero muito negar, recusar-me a aceitar, mas, às vezes, sinto-me tão cansada!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Votos de uma Páscoa muito docinha!

Fica a sugestão de um programinha muito divertido para toda a família e que tudo tem a ver com a época. Garanto-vos que vale muito a pena!



Que o coelhinho da Páscoa traga a todos os visitantes d'O Quinto Andar momentos muito, muito doces.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Tempo para se ser feliz

Confirmo! No Alentejo o tempo apareceu.
No tempo, houve tempo para desfrutar da companhia, simpatia e boa vontade das gentes daquelas paragens. Gente genuína, de sorriso fácil e sincero. Tempo para saborear, sentada à mesa e calmamente, as iguarias que por lá se fazem (aquelas migas são uma coisa, mas confesso que não fui capaz de provar um prato que se chamava "bochecha", o nome... não sei... não me sugeria...). Tempo para apreciar a riqueza de uma cidade onde se respira história e cultura em cada cantinho. De ficar sentada numa agradável esplanada sem pensar no que fazer a seguir. De respirar ar fresco num cenário de fundo verde com pinceladas de cores várias que o campo e os jardins proporcionavam. Num desses jardins, até houve tempo para embalar o meu filho nos braços até adormecer, tal como quando era bebé, e deixá-lo aí ficar até querer acordar. No meio de todo este tempo, ainda sobrou tempo para um longo banho de imersão com um peculiar gel de banho que por lá descobri enriquecido com azeite lá deles. O efeito daquilo (físico ou psicológico) foi fantástico. Acho que sim. De facto. Fui feliz no Alentejo. Tive tempo.






















domingo, 10 de abril de 2011

É mais um aquecedor para o coração, se faz favor!

"mudei pela primeira vez na vida para um apartamento meu. (...) A minha irmã ofereceu-me uma botija de água quente para a casa nova (para não ter de ficar sozinha numa cama fria) e eu dormia com aquilo encostado ao coração todas as noites, como quem cuida de uma lesão desportiva."

Elizabeth Gilbert, Comer, Orar, Amar

Tarde de Domingo

Hoje tomei consciência de que estamos tão habituados à correria dos nossos dias que às vezes nem sabemos como comportar-nos quando não temos que correr. Até esquecemos que não é preciso correr quando não é preciso correr. Hoje dei por mim a fazer uma coisa destas.
Regresso a casa depois de uma tarde de praia fabulosa. Verifico que à minha frente vai um carro a passo de caracol e aborrece-me. Ultrapasso-o a uma velocidade desnecessária ao mesmo tempo que vou protestando (em pensamento) por haver indivíduos que nada devem ter que fazer, enquanto outros não param de correr tal é a quantidade de coisas que têm que aprontar e não podem deixar para o dia seguinte, blá, blá, blá,... (pensamento condicionado, é só ver um carro que vai devagar à minha frente e ele assalta-me logo). Acabo de o fazer e penso no que acabo de fazer. No que acabo de pensar. E sinto-me ridícula. Porque corria eu naquele momento? Qual era a minha urgência?
É tarde de Domingo e eu já nem sei distinguir...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Quase de férias

Entrevista


P: Quais foram as suas férias inesquecíveis?
R: Quando a minha mãe me deixava na aldeia em casa dos meus avós e eu chorava todos os dias desejando a sua morte para que não pudesse voltar a abandonar-me.

Pedro Paixão, Os corações também se gastam

Descobri hoje este livro. Simplesmente delicioso!

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Injusto

adjetivo
1. que não é justo
2. oposto à justiça; arbitrário; ilegal
3. infundado; inexato
4. inadequado

nome masculino
aquele ou aquilo que não é justo
(Do lat. injustu-, «id.»)
Infopedia

adj. Contrário à justiça, à eqüidade: sentença injusta.
S.m. Aquele ou aquilo que é injusto: ter a noção do justo e do injusto.
dicionário online de português

terça-feira, 5 de abril de 2011

Never give up, it's such a wonderful life

On a bridge across the Severn on a saturday night,
Susie meets the man of her dreams.
He says that he got in trouble and if she doesn't mind

He doesn't want the company
But there's something in the air
They share a look in silence and everything is understood
Susie grabs her man and puts a grip on his hand as the rain puts a tear in his eye.

Don't let go
Never give up, it's such a wonderful life
Don't let go
Never give up, it's such a wonderful life

Driving through the city to the temple station,
Cries into the leather seat
And Susie knows the baby was a family man,
But the world has got him down on his knees

So she throws him at the wall and kisses burn like fire,
And suddenly he starts to believe
He takes her in his arms and he doesn't know why,
But he thinks that he begins to see


segunda-feira, 4 de abril de 2011

O sabor amargo da derrota

O meu rebento participou num torneio de Karaté importante este fim de semana. Perdeu. Foi a primeira vez, ainda nunca lhe tinha acontecido. Quando anunciaram os resultados e percebeu que não tinha ganho ficou muito quieto no seu lugar. A seguir saiu de onde estava e, com olhinhos desorientados, procurou alguém. Encontrou esse alguém que lhe leu na carita a desorientação e a dor que sentia. Recebeu apoio num abraço e em palavras. Eu estava longe. Assisti a tudo isto, apenas. Naquele momento nada mais podia fazer. Mesmo agora que já passaram dias, não consigo traduzir por palavras o que senti ao presenciar aquele momento de crescimento interior do meu filho. Sim, porque alguma coisa dentro daquele menino mudou e percebi isso logo que pude estar com ele e trocámos os primeiros olhares depois da derrota. Crescer também dói. O que o meu filho ainda não sabe, nem consegue compreender, é que vai crescer uma vida inteira. Mas que o crescimento também é uma coisa muito boa. Não sei se conseguirei algum dia transmitir-lhe esta ideia, para que aprenda a aceitar. Neste momento, ele não consegue fazê-lo. E eu também não.

domingo, 3 de abril de 2011

Alma de transmontana

Toda a minha vida recebi por bem quem nela entrou. Independentemente das razões que a isso levou. Tenho por convicção acreditar que as pessoas têm maioritariamente, na sua essência, bondade e integridade. Ingénuo, eu sei, mas não me importo. Na verdade, se acreditarmos no contrário não será uma ideia por aí muito agradável. Por esta razão, recebo de braços abertos e de boa fé. Parte das vezes as pessoas nem se apercebem que o faço, que o sinto. Ainda assim, algumas não querem permanecer nela. E ainda bem que têm essa opção pois as que ficam, ficam porque realmente o desejaram. Dizem que tenho alma transmontana. Não sei. Sei que nem todos a têm. E que por isso vou acumulando algumas feridas na alma. Mais vale uma alma com feridas do que não ter alma. Agora, que as feridas doem...

sábado, 2 de abril de 2011

The sun'll come out Tomorrow

Há um musical chamado "Annie" do qual apenas vi partes. Quando penso pergunto-me porque continuo a dizer isto, eu, que tanto gosto de musicais. É que nunca consegui vê-lo na íntegra. Coisas.  A verdade é que dele o que melhor conheço é a musica. Não quer isto significar que não tenha tido a curiosidade de o "visitar". Simplesmente não aconteceu. Quando veio ao conhecimento do público era uma miúda e aqui em Portugal não me recordo de ter ouvido falar muito sobre ele. A mim foi-me dado a conhecer por um familiar que vivia no estrangeiro e que trazia sempre musicas novas para ouvirmos nas férias, quando me vinha visitar. Através da musica veio o resto.
A história da peça é um pouco triste, mas a musica "Tomorrow" é capaz de inundar um coração com a luz da esperança, tornando-a, portanto, mais alegre.
E é em nome de muita alegria, alento e esperança de que o Sol vai brilhar  muito amanhã que convosco partilho a musiquinha e este meu pedacinho de escrita.
Até amanhã!

The sun'll come out
Tomorrow
Bet your bottom dollar
That tomorrow
There'll be sun!
Just thinkin' about
Tomorrow
Clears away the cobwebs,
And the sorrow
'Til there's none!
When I'm stuck a day
That's gray,
And lonely,
I just stick out my chin
And Grin,
And Say,
Oh
The sun'll come out
Tomorrow
So ya gotta hang on
'Til tomorrow
Come what may
Tomorrow!
Tomorrow!
I love ya
Tomorrow!
You're always
A day
A way!