sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Mais do que palavras... (VI)

"E sou meu próprio frio que me fecho longe do amor desabitado e líquido,
amor em que me amaram,
me feriram sete vezes por dia em sete dias de sete vidas de ouro,
amor, fonte de eterno frio, minha pena deserta, ao fim de março,
amor, quem contaria ?
E já não sei se é jogo, ou se poesia."


Carlos Drummond de Andrade

domingo, 22 de fevereiro de 2009

E já agora

Não gosto:



  • de me sentir embaraçada;

  • de comida que não consigo identificar;

  • de ler Saramago;

  • de prejudicar os outros;

  • de sujidade, desarrumação e caos;

  • de injustiças;

  • de répteis e "viscosidades" afins;

  • que me vejam chorar;

  • de não ter água quente no Inverno para o banho;

  • de pessoas chatas e pobres de espírito;

  • de situações pouco claras;

  • de futilidades;

  • do verbo humilhar e outras da família;

  • de maus profissionais;

  • de deixar para amanhã;

  • de desperdiçar tempo;

  • de não ter nada para fazer;

  • de pessoas que passam a vida "cheias de azia";

  • de solidão (quando não sou eu a procurá-la);

  • de hipocrisia, cinismo, mentira, arrogância e crueldade;

  • que me chamem pelos meus dois primeiros nomes juntos (trauma de infância);

  • que se aproveitem de mim e das minhas ideias;

  • da frase "Já tens idade para ter juizo";

  • que me digam algumas verdades (mas oiço e reconheço que até são verdades);
  • de envelhecer;
  • que me façam esperar;
  • que me cortem as asas e não me deixem voar...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Na falta de assunto para escrever, cá vai

Eu gosto:

  • de pijamas "malucos" coloridos e com motivos curiosos;
  • de peluches (ainda);
  • do cheiro do campo numa noite de verão;
  • de musica dos anos 80;
  • de series de tv dos anos 80;
  • de pessoas humildes e generosas;
  • de dançar e cantar (sem ninguém ver);
  • de beijinhos e abracinhos;
  • de Agatha Christie e de Sir Conan Doyle;
  • que me surpreendam;
  • de jogar Scrabble;
  • de sonhar acordada;
  • de discos em vinil;
  • de ouvir rádio;
  • de receber dinheiro;
  • de gastar dinheiro;
  • de me sentir segura;
  • que elogiem o meu trabalho;
  • de certezas;
  • de dizer "Massachusetts"
  • de Nestum com mel;
  • de disciplina;
  • de chocolate e "afins" com este aroma;
  • de café e "afins" com este sabor;
  • de nadar;
  • de Calvin Klein (relógios, roupas e perfumes);
  • de velas;
  • de casas em frente ao mar;
  • de cheirinhos bons;
  • da simplicidade;
  • de passear em Paris ao Domingo de manhã;
  • de fruta (muita fruta);
  • de conversar pela madrugada fora;
  • de Eça de Queirós e David Mourão Ferreira;
  • do típico "jardim inglês";
  • de trivialidades interessantes;
  • que gostem de mim...

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Ter personalidade

Existe dentro de cada um de nós uma certa necessidade de sermos aceites na "engrenagem" social, eu sei.

Está impregnada em nós a condição de seres sociais e sociáveis. Parece-me, no entanto, que o que nos distingue dos "robôs" são as nossas particularidades. São os nossos defeitos, as nossas imperfeições, a nossa complexidade, que tornam o individuo interessante e diferente. Com personalidade própria.

Porque hão-de as pessoas fazer questão de abdicar da sua própria personalidade? Valerá a pena a anulação de nós próprios em prole de algo que acabará, eventualmente?
Olhemos para nós, "o pessoal dos blogues", muitos acham que escondemos a nossa verdadeira personalidade por trás do blogue. Acham que vimos para aqui fazer fachada ou fogo de vista. Será que o que nós fazemos não é exactamente o contrário? Será que não é aqui que mostramos quem somos verdadeiramente?

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Sempre preocupadas.... Tão queridas!



A pedido de muita(?) gente - É FAVOR CLICAR NA IMAGEM.

(BD retirada de um manual de Formação Cívica, Porto Editora)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Defeitos ou feitios?

Existem pessoas muito diferentes por esse mundo fora.
Não falo de diversidade cultural, racial ou religiosa. Falo mesmo na natureza humana. Na individualidade de cada um, naquilo que nos torna únicos, que nos confere o direito de sermos nós, não existindo no mundo mais ninguém com tais características.
Considero-me uma pessoa atenta ao mundo que me rodeia e aos indivíduos que dele fazem parte.
Aquela primeira impressão com que se fica quando se conhece alguém, a mim, diz-me muito. É óbvio que já me enganei com as primeiras impressões (e, houve vezes que ainda bem).
Mas, regra geral, não me engano. O perfil que elaboro na minha cabeça nunca sai muito dos padrões em que enquadro a pessoa. Resta-me, depois, descobrir a sua "individualidade".
Aqui o desafio começa. Descobrir o que torna essa pessoa única é um desafio que me agrada sempre.
Na prática deste exercício, tenho verificado uma coisa curiosa, há pessoas que fazem um esforço maior do que elas próprias para serem identificadas ou reconhecidas (não encontro exactamente a palavra) como um colectivo, não como um indivíduo. Acho curioso, mas faz-me confusão. A maior parte dos seres humanos insiste em ter longas conversas sobre o seu meio profissional, do grupo de pessoas com quem se relacionam, de clubes ou grupos de interesse de que fazem parte. Mas fogem, negam-se até, anulam a sua própria natureza ou forma de ser para poderem ser vistos mediante o perfil "X" ou "Y".
Porquê?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

E a chuva que não pára!

Sou daquelas pessoas que até gostam de chuva.
Como nunca fui de grandes saídas - sou até uma pessoa muito "caseira"- nunca me incomodou muito o facto da chuva cair incessantemente, dia após dia.
Tenho origens numa "terrinha"do Norte onde os Invernos pareciam não ter fim, e sempre com a chuvinha para os ilustrar devidamente.
Na minha "terrinha" não havia muito para fazer enquanto crescia, por isso, acabei por desenvolver hábitos "indoors" que preenchessem os meus dias, enquanto a chuva - banda sonora de muitos desses momentos - me cumprimentava sempre que olhasse para a janela.
Encontro-me, agora, num lugar muito diferente, onde a musicalidade da chuva me abandonou. Melhor, tinha abandonado. Este ano regressou.
Tenho para mim que ficou com saudades minhas e veio ter comigo ao Sul.
Gostou tanto que agora não me larga!


Frase do mês

É verdade. Sim, senhora! Aliás, Alberto Caeiro é dos heterónimos de Fernando Pessoa que mais cito.
Coincidência, ou não, subscrevo inteiramente o conteúdo do pensamento deste mês da minha agenda.

"Sinto-me nascido a cada momento, para a eterna novidade do mundo."

Alberto Caeiro.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Que liberdade?

Hoje tive um dia diferente. Foi, para mim, um luxo ter este dia diferente. Achei que merecia. Foi-me inteiramente dedicado. Foi meu e só para mim. Mais ou menos a meio do dia tive uma experiência nova. Tenho intenção de repeti-la. Foi util e, espero eu, será também benéfico para mim repeti-la.
Hoje, parece que ouvi pela primeira vez a máxima por demais corriqueira "A nossa liberdade termina onde começa a liberdade dos outros".
Se alguém me quiser dizer exactamente onde está e quando aparece essa fronteira, faz favor!