quinta-feira, 28 de junho de 2012

quinta-feira, 21 de junho de 2012

150+30

150 minutos+30 de tolerância, e mais uma mão cheia de ansiedade. desta vez,  Matemática  A, 12º. limpavam as palmas das mãos transpiradas às calças, a maior parte, e respiraram fundo, preparando-se para o 'vamos a isto!'. a ansiedade foi desvanecendo para dar lugar à pressa, que deu lugar a uma tarefa cumprida. em menos de nada (diziam alguns)! no final, cansaço e alívio acompanhados de 'boas férias' e um sorriso cúmplice. 150+30 superados, mais uma vez.


boas férias a todos!

(para eles*, um coração daqueles muito, mas muito vivo! voltem sempre!)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Desisto, pronto!


 Não adianta! Eu não consigo fazer com que o meu saco de praia se torne mais leve. Já fiz listas e tentei excluir o que poderia não ser 'essencial' à coisa, já espalhei tudo em cima de uma mesa na esperança de que algo se tornasse a meus olhos perfeitamente dispensável, enfim! Dou-me por vencida. Chega a hora de sair e tudo me parece essencial. O 'nunca se sabe' e o 'mais vale prevenir' têm argumentos muito poderosos e o saco não há meio de ficar mais leve. Uma vez pensei em deixar o batom/protetor/hidratante dos lábios, por exemplo (o ridículo disto). Colocava antes de sair de casa e bastava. Claro que a seguir pensei 'mas o que é que pesa um batom?'. De forma que lá continua. O sarilho é que eu acabo por fazer um raciocínio semelhante com os objetos de tamanho e peso consideráveis, também. Logo, desisto, pronto. O grave disto tudo é que o saco que tenho agora (e que é o mesmo do verão passado), já me começa a parecer pequeno. 
Da próxima vez que me queixar de dores nas costas, vou fazer-me a mim própria um olhar de censura daqueles em que parece que ralhamos às pessoas só porque o fazemos, está decidido! 

domingo, 17 de junho de 2012

Gosto de óculos escuros

vivo numa zona do país  onde o uso de óculos escuros se justifica durante o ano inteiro. pela intensidade da luz do sol, pelo branco das paredes. habituei-me a eles e acabei por me tornar dependente. com o tempo, aquilo que para muitos é um acessório, transformou-se numa espécie de prolongamento da minha pessoa. chego a ter a sensação de me sentir algo despida quando não os tenho comigo. são mais do que um acessório. são cúmplices de emoções, nas emoções. melhor, guardam comigo aqueles segredos que só os olhos conseguem transmitir, e calamo-los juntos.


gosto de óculos escuros.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

eu também!

"Desde que acordei até à hora do almoço tive um dia mais ou menos cinzento. Andei sozinho pela cidade à  procura de nada, a olhar para algumas montras tristes. Acabei por tomar um café sem sabor numa pastelaria da baixa e voltar para casa sem vontade de fazer o almoço. Foi uma manhã sem gosto, pode-se dizer. Não sei porquê.
Gosto de gostar, passe a redundância. Às vezes é como se a vida, infelizmente, não me desse a possibilidade de gostar de coisas suficientes para ser feliz. Pelo menos é isso que sinto e acho que é essa é a grande arma do facebook: poder gostar de um ror de coisas com um simples click. Abro a página inicial e em dez minutos já gostei mais vezes do que no resto da semana. É uma sensação efémera de prazer, mas ainda assim funciona.
Na verdade, aquilo de que o facebook se apercebeu a tempo é de que todos sofremos um défice no verbo gostar. Por um lado, sentimo-nos permanentemente insatisfeitos com as poucas coisas de que realmente gostamos, por outro, não nos chega a quantidade de vezes de que somos gostados. O facebook tornou o verbo gostar uma questão administrativa. Até podemos estar a mentir, mas fica lá carimbado que gostamos de qualquer coisa.
Não estou a dizer mal do facebook. Hoje, por exemplo, já gostei de uma mão cheia de coisas de que já nem lembro quais foram, tudo para compensar a falta de coisas que tive para gostar de manhã. Soube-me bem gostar delas, assim como me soube bem saber que há mais pessoas que ficaram a saber que eu gostei. Gostei disso, pronto. Às vezes é o que se tem. Mais nada.
O meu telemóvel tocou há bocadinho. Vi um número que não conhecia e demorei a atender. Era uma mulher muito simpática a representar uma rede de supermercados, a propósito duma reclamação que lá deixei a semana passada. Explicou-me o que se tinha passado e acabou por me dizer que espera que eu lá volte. Que gosta muito de me ter como cliente, concluiu.
Lá está o cabrão do verbo gostar, pensei. Serve para tudo e mais alguma coisa. Fiz imediatamente uma chamada, a quem de direito, para lhe dizer que a Amo. Senti-me melhor. Amar é um luxo, gostar pode ser um lixo. E eu gosto de Amar."


obrigada, Bagaço Amarelo!

domingo, 10 de junho de 2012

sábado

Ontem, embora no fim de semana, não foi um daqueles dias concebidos especialmente para o descanso (aliás, aqui pelo Quinto, raramente o são). O despertador tocou como num dia de semana qualquer e foi um 'despacha-te que vamos chegar atrasados' que nunca mais acabava. O grande dia está cada vez mais próximo e chegar atrasado aos ensaios não era uma possibilidade. "Vai ser na praça, no centro da cidade! Já viste? Tantas pessoas a olhar..." Tranquilizei-o e prometi-lhe que ia ser uma audição espetacular, que tudo ia correr bem e que ele ia brilhar muito. Chegámos a horas (chegamos sempre), e entrou muito convicto na sala de ensaios. Nas duas horas seguintes foram detalhes e detalhes imensos, mas frutíferos. Estávamos a meio do dia, o sol brilhava e a praia sentia a nossa falta. A hora de almoço imperava, mas logo depois pusemo-nos a caminho. Não tardámos a chegar. Apenas saímos do carro e um vento muito pouco afável empurrou-nos de novo para dentro dele. A praia tinha mudado de ideias. Tornou-se necessário pôr em prática um plano B: uma visita à biblioteca! Aos sábados, a biblioteca costuma ter a Hora do Conto e dramatizações de excertos de livros (algumas feitas pelos próprios pais), que resultam sempre bem. Assim foi. A visita não podia ter corrido melhor. As atividades dentro do espaço iam-se sucedendo e, completamente seduzidos pela riqueza cultural daquele lugar (tenho um verdadeiro fascínio por bibliotecas, não sei se já tinha dito), saímos de lá os dois muito bem apetrechados. Eu vim equipada com o Livro do Mês "A ascensão do dinheiro", de Nial Ferguson, (a biblioteca tem uma sugestão nova todos os meses) e o meu rebento com "O pequeno livro dos medos", de Sérgio Godinho. O dia chegava ao fim; a hora de regresso a casa foi a mesma de um dia de semana; a atitude não tinha nada a ver! O trabalho de equipa continuou, (ficámos orgulhosos dos nossos dotes culinários) e o jantar foi merecido. Não houve tempo para muito mais, mas é claro que não pudemos deixar de, pelo menos, provar um bocadinho do conteúdo do aglomerado de folhas de papel que tínhamos trazido da biblioteca e que tinham escrito nelas sabe-se lá que universos por descobrir!

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Mais do que palavras... XXVII

Já não sei escrever
Sou arca vazia
O que fazer
Os versos fogem, quem diria

Nos dedos trémulos
Pendura-se a caneta
Murmura que não escreve, está gasta
Recusa-se por entre anelos
Que nada mais são
Que a mortalha do poeta
Mas que porra esta
Já não sei escrever, escrever até mais não

(Já não sei escrever, Antónia Ruivo)