sábado, 31 de dezembro de 2011

Uma ao fim de semana (4)



Another Night In, Tindersticks


'Uma ao fim de semana' é a rubrica d'O Quinto Andar da qual consta uma musica que se ajusta, por uma razão ou por outra, ao estado de espírito da minha pessoa nesse momento. Sugestões são bem-vindas (embora sujeitas a apreciação). Podem enviá-las para lp.going.80s@gmail.com.

Que em 2012 a vida vos aconteça...

‎"A vida não tentes compreendê-la
e então ela será como uma festa.
E que cada dia te aconteça
... como a uma criança que ao caminhar
de cada sopro do vento vai recebendo novas flores.

Apanha-as e guarda-as
mas nem nisso pensa a criança.
Tira-as devagar do cabelo onde se sentiam tão bem
E estende as mãos aos jovens anos
para receber novas flores."

Rainer Maria Rilke


(batidinho por esses blogues e murais fora, mas tão singelo e a propósito...)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Concerto de Bryan Adams por Zaira Wardrope

Quando Tina Turner, em  1985 - Birmingham, durante a sua Private Dance Tour, disse: “ I’ve done something else with a guy from Canada.  He’s really cute, you know.  He’s really good also.  As a matter of fact I’ve brought him along.  We did a song called “It’s Only Love”[…]By the way, his name is Bryan, Bryan Adams”, aposto que ninguém estava à espera do sucesso que este guy from Canada iria ter na Europa.  E digo isto porque ele, por esta altura já era mais ou menos conhecido, não só no Canadá, mas também nos USA.  O seu álbum “Rekless” tinha sido editado em 1984 e já por lá passava.  A sua mais bonita balada, na minha opinião, “Heaven”, é deste álbum.
“Heaven” foi uma das razões que me levou ao Pavilhão Atlântico na passada 5ª feira, mesmo sabendo que tinha que me levantar ás 5 da manhã para levar os meus filhos ao aeroporto.  Mas mereceu toda a pena!
Não era a primeira vez que Bryan estava em Portugal em concerto, mas também fez questão de referir que passou aqui alguns dos melhores anos da sua vida e que Portugal está no seu coração. Voltou para celebrar os 20 anos de “Waking Up The Neighbours”, de 1991.  Quem o ouviu dizer “Boa Noite Lisboa”, sentiu essa ternura pelo nosso país.
Bryan acabou de celebrar 52 primaveras (33 de carreira) mas a sua performance em palco, não deixou transparecer isso. 
Passavam dez minutos das 21h00 quando soaram os primeiros acordes de ‘House Arrest’. Para delírio do público, seguiu-se “I Need Somebody”, cantado em uníssono.
Seguiu-se ‘Here I Am’. Vestido com roupa escura, fez as delícias dos fãs ao demonstrar que não esqueceu o país que o acolheu na infância e na adolescência. A um "Obrigado" seguiram-se promessas de "um longo espectáculo" e foi então que se ouviu “All I Want is You”.
Depois de pensar que "tinha morrido e ido para o céu" (com “Thought I’d Died and Gone to Heaven”), Bryan deixou claro que estava a postos para uma longa noite:  “Hoje a noite vai ser longa, quem for trabalhar amanhã vai dormir um pouco menos”e seguiu-se “ I’m ready”.  “So are we”, respondeu o público!
Após um ‘interlúdio’ com temas menos conhecidos do grande público, mas que os fãs não deixaram de cantar e que incluíram outra balada lindíssima “Do I Have To Say The Words” chegou o elixir da juventude (“18 till I Die”) e, depois de “Back to You”, chegou um dos melhores momentos da noite com a épica “Summer of 69” que colocou o Atlântico (18000 pessoas, esgotadíssimo há meses) ao rubro  a cantar cada estrofe (Bryan quase nem precisou de cantar).
Com um público incansável, houve lugar a um divertido medley “If You Wana Leave me (Can i Come)” e a “Touch The Hand”, só com a sua voz rouca, a sua guitarra e o baterista de sempre Mickey Curry a tocar panelas, tachos e baldes com a ajuda do grande guitarrista Keith Scott.
“(Everything I do) I  Do It For You”, cantada dentro de um túnel de laser azulado (num palco onde predonimava o preto e o branco) trouxe outro dos momentos da noite com todas as vozes sincronizadas a cantar a balada mais bem sucedida de Bryan (talvez por fazer parte da OST do filme Robin Hood).

A noite tinha tudo para começar a esmorecer mas com o eterno “Heaven” atingiu-se o ponto mais alto da noite.  E depois de mais 5 músicas em que incluiu o “Run to You”, a declaração de amor a Portugal veio antes do “Straight from The Heart”.
A noite terminou com “All For Love”, (OST de Os Três Mosqueteiros), em acústico. Foi lindo!
Tinham sido 2 horas e 20 minutos, 26 canções, sem parar, mas mesmo assim o público pedia mais! Talvez numa próxima, quem sabe?   








domingo, 18 de dezembro de 2011

Uma ao fim de semana (3)



You and Your Sister, This Mortal Coil

'Uma ao fim de semana' é a rubrica d'O Quinto Andar da qual consta uma musica que se ajusta, por uma razão ou por outra, ao estado de espírito da minha pessoa nesse momento. Sugestões são bem-vindas (embora sujeitas a apreciação). Podem enviá-las para lp.going.80s@gmail.com.

domingo, 11 de dezembro de 2011

diário - 11/12/11

Hoje foi um dia triste. 
Houve dor. Houve lágrimas. 
Houve corações tão, mas tão apertados!


sábado, 10 de dezembro de 2011

Uma ao fim de semana (2)



 I'll RememberThe Chameleons


'Uma ao fim de semana' é a rubrica d'O Quinto Andar da qual consta uma musica que se ajusta,  por uma razão ou por outra, ao estado de espírito da minha pessoa nesse momento. Sugestões são bem-vindas (embora sujeitas a apreciação). Podem enviá-las para lp.going.80s@gmail.com.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

O espaço que ocupamos na vida das pessoas

 Tenho uma amiga que é uma animação só. Daquelas pessoas que ainda mal olhamos para elas e já estamos com um sorriso de orelha a orelha porque a elas associamos os momentos mais bem dispostos. A C. ligou-me era tarde da noite e eu, como mocinha bem comportada que sou, já estava a dormir e não atendi. Quando falámos no dia seguinte, cobrou-me o não ter atendido e eu justifiquei-me perguntando-lhe "e aquilo lá são horas para se ligar a alguém?". Respondeu-me com um sorriso, enquanto me explicava que nunca pensa nas horas que são quando lhe apetece falar com uma pessoa. Eu fui questionando se nunca lhe tinha corrido mal, tipo, se nunca ninguém ficou aborrecido com aquilo. Que nunca se tinha apercebido de tal, e jamais entenderia se alguém se aborrecesse por ela ser assim. Fiquei em silêncio. Ela não. E continuou dizendo que, o que lhe parece é que as pessoas até ficam contentes por isso. Sorri-lhe um sorriso com vontade e concordei. Eu estou contente por ter como amiga uma pessoa assim - disse-lhe. "Vês?" - sorriu mais uma vez -  "O truque é ocupares tanto espaço quanto te é possível na vida das pessoas, de forma a que, quando não estás, elas sintam muito a tua falta e fiquem a querer muito a tua companhia." Confesso que fiquei meia  flabbergasted com esta teoria (ou forma de pensar), mas a seguir a C.  disse com um olhar já mais tristonho: "Aprendi isto com um namorado que tive. Com ele resultou, pelo menos. Sinto falta dele até hoje e os meus dias nunca foram tão vazios."
E pronto! Tudo fez sentido, de repente, e olhei para a C., desta vez com um sorriso menos escancarado, mas muito mais terno...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Um nunca mais que continua

Nunca mais foi a mesma coisa. E este "nunca mais" traz associada a ele uma carga demasiado fatalista que não me apetece. Os fatalismos assustam-me. Tudo o que é definitivo, radical, fundamentalista me assusta. O tomar consciência de que algo é definitivamente assim e imutável é demasiadamente castrador. Há circunstâncias em que preciso de acreditar que há alguma coisa que se pode fazer, ou que vai mudar, simplesmente porque aceitá-"lo" é abdicar, é um deixar ir e não valorizar. É um não querer mais porque já se acabou. Sim, eu sei que há coisas que não dependem de nós. Mas há outras que dependem. Mesmo que seja um simples acreditar. Como me disse uma vez em conversa um grande amigo, ainda que o nosso acreditar para os outros não seja nada, precisamos dele para o nosso próprio equilíbrio. Por isso, nunca mais foi a mesma coisa, neste caso, quer apenas dizer que a coisa pode continuar, apesar do nunca mais.

domingo, 4 de dezembro de 2011

O prazer de ter um livro para ler e não o fazer

Às vezes tenho mil coisas para fazer, tenho pouco tempo para o fazer e mesmo assim não consigo efetuar o simples gesto que é levantar-me, fazer uso das mãos e do cérebro e despachar tudo. Parece-me que os psicólogos chamam a isto uma espécie de "auto-sabotagem". Uma pessoa vai adiando as obrigações até um limite possível e depois tem de fazer o que não pode deixar de ser feito, dentro daquele limite de tempo, também. Primeiro, é uma sensação de deixar para depois, porque o que se apresenta à minha frente para ser feito não é especialmente cativante. Depois chega-se a uma espécie de limite, há uma decisão que se toma e tem realmente de ser. É como se colocasse a mim mesma um desafio: agora tens de fazê-lo e bem feito em tempo recorde! E porque farei eu isto a mim mesma? - perguntei em conversa a alguém aqui há dias. "Porque como sabes que não vais ter mais nada de interessante para fazer que te possa roubar o tempo que ainda vais ter para o fazer, quando estiver está." Fitei esse alguém com olhos esbugalhados e, ao mesmo tempo tempo que assimilava como era verdadeira aquela dedução, pensava também como era transparente o facto da minha vida ser, por vezes, interessante a este nível... "A mim acontece-me o mesmo" - disse ela a seguir. E eu respirei de alívio. (Ufa!)
É que esta coisa de tomar consciência que não tenho mais nada de interessante para fazer a não ser colocar-me a mim própria um desafio que se prende com trabalho, mexeu comigo...

sábado, 3 de dezembro de 2011

Uma ao fim de semana (1)



Time after time
I try to contact you
Time after time
I try to talk to you
But you don't take me to your heart

When I'm alone
I think you're near me
It's good to pretend
That you're with me
Why don't you take me to your heart


Take Me To Your Heart, Eurythmics


'Uma ao fim de semana' vai passar a ser uma rubrica d'O Quinto Andar da qual vai constar uma musica que se ajustará, por uma razão ou por outra, ao estado de espírito da minha pessoa nesse momento. Sugestões são bem-vindas (embora sujeitas a apreciação). Podem enviá-las para lp.going.80s@gmail.com.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Texto na primeira pessoa

As reflexões, os pensamentos e os sentimentos continuam cá, mas por alguma razão que não consigo perceber ainda, ultimamente tenho sentido uma enorme dificuldade em transformá-los num texto para o blogue. A forma que encontro para o fazer é usar palavras e imagens de outros na esperança de que assim o meu eu continue a passar, embora não de forma tão pessoal ou íntima como o é um texto escrito na primeira pessoa. Isto porque já houve quem se tivesse dado ao trabalho de me enviar e-mails para me dizer que tenho escrito menos (ou usado menos palavras minhas) no blogue. Agradeço a vossa fidelidade e acreditem que fiquei sensibilizada pelo gesto. Asseguro-vos que é por vocês também que faço um esforço, mesmo quando não consigo corresponder da forma que merecem, por deixar, sempre que me é possível, aqui, um bocadinho de mim, do que me vai na cabeça e na alma.
Nem sempre é fácil este processo de patentear ao mundo um pedaço de nós. Ficamos de alguma forma mais expostos e há ocasiões em que nos sentimos muito vulneráveis. Ficamos sujeitos a juízos de valor (provavelmente precipitados na sua maioria) e, muitas vezes - é irónico - acabamos por nos sentir mais sós do que nunca apesar da partilha. A verdade é que jamais este facto (e sempre tive consciência dele) me inibiu de exprimir o que quer que fosse, desde que assim me apetecesse. Alguma coisa mudou em mim, portanto. Não sei dizer (e nem me parece importante colocar as coisas nestes termos) se a mudança foi para pior ou para melhor. Houve uma mudança e eu sou das que acreditam que uma mudança interior é sinal de evolução. Tenha a forma que tiver. Se calhar é apenas isto. Ou então não.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

"Dá-me as Tuas Mãos"

Poema de Vítor Matos e Sá
As mãos foram feitas
para trazer o futuro, 
encurtar a tristeza, encher 
o que fica das mãos 
de ontem - intervalos 
(duros, fiéis) das palavras, 
vocação urgente 
da ternura, pensamento 
entreaberto até 
aos dedos longos 
pelas coisas fora, 
pelos anos dentro. 
                                                    (in 'Companhia Violenta')