domingo, 29 de janeiro de 2012

Missão cumprida!

É bem verdade que não me imagino a fazer outra coisa na vida. Refiro-me à profissão que tenho. Como em todas, existem contrariedades e dias menos bem sucedidos, mas acabam por não ter grande significado no todo que engloba este universo. É que, para além de um dia nunca ser igual ao outro, (há alguma rotina, mas quando se trabalha com pessoas o imprevisto está sempre presente e as dinâmicas não são repetíveis), também tenho oportunidade de desenvolver e participar em projetos paralelos que tornam este domínio profissional ainda mais agradável.
E foi a propósito de um projeto que, por estes dias, o trabalho foi desenvolvido noutras paragens. A motivação aumenta, a predisposição para encarar os desafios torna-se outra e o espírito criativo aguça-se.
A cidade do Porto acolheu-nos de braços abertos e em cada ponto de paragem pudemos usufruir da riqueza cultural e natural que ali se encontra, bem como do profissionalismo das pessoas que nos ajudaram, de uma forma ou de outra, a desenvolver este mesmo projeto com êxito.

É ótimo quando temos a sorte de trabalhar com pessoas que são igualmente apaixonadas por aquilo que fazem, e essa paixão acaba por se refletir numa partilha de conhecimentos tão enriquecedora para todos os intervenientes. Acabamos por sentir que não estamos sós neste processo de formar pessoas. Há mais como nós, há mais que ainda acreditam, que se empenham, que têm connosco o objetivo comum de contribuir e investir, ainda que modestamente, para um futuro com cidadãos sensíveis, criativos, pensantes e audazes.

Um grande bem-haja às equipa de trabalho da fundação de Serralves, da Casa da Musica e do Museu da Casa Sandeman.
We did good!


*um agradecimento especial ao Paulo Ferreira da Casa da Musica pela atenção e empenho que nos dedicou.
**obrigada RPM pelo abraço, pelo sorriso, pelas palavras...
***obrigada Mónica! O Porto É, de facto, uma cidade linda e continuará a sê-lo...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Uma ao fim de semana (7)




All I need is a bitter song
To make me better
Much better
All I need to write is a bitter song
To make me better
Much better

It found me to hold me
But I don't like it at all
Won't feed it,
Won't grow it
It's folded in my stomach;
It's not fair,
I found love;
It made me say that.
Get back,
You'll never see daylight;
If I'm not strong it just might.

All I need is a bitter song
To make me better
Much better
All I need to write is a bitter song
To make me better
I feel better
I feel better

Bitter Song, Butterfly Boucher

'Uma ao fim de semana' é a rubrica d'O Quinto Andar da qual consta uma musica que se ajusta, por uma razão ou por outra, ao estado de espírito da minha pessoa nesse momento. Sugestões são bem-vindas (embora sujeitas a apreciação). Podem enviá-las para lp.going.80s@gmail.com.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Actividades culturais nos centros comerciais

Penso que já não é a primeira, nem a segunda vez, que menciono aqui no blogue, o quanto me agrada a ideia de certas actividades culturais que são levadas a cabo pelos shoppings das redondezas.
Gosto de sobremaneira de chegar ao lugar onde é costume fazer as minhas compras semanais e encontrar por lá outros motivos de interesse, para além do normal desfile de montras que nunca de lá saem.
Lembro-me que há uns meses enfeitava o espaço uma "elephant parade". Verdade! Eram obras magníficas conseguidas em esculturas de elefantes e tinham como tema "A Paixão". Passámos um bom bocado de tempo a apreciar cada uma delas e a lermos sobre  os seus talentosos artistas criadores. O que nós aprendemos com a exposição!





Hoje, para além das compras, optámos por almoçar por lá também.

Tínhamos terminado a refeição e dirigiamo-nos à porta de saída, quando reparámos numa banca cheia de apetrechos laboratoriais (quase parecia um laboratório do CSI) e uma senhora cheia de genica que se empenhava em exemplificar alguns fenómenos químicos, fazendo uso dos tais apetrechos, à criançada. Curioso como é, o meu príncipe empoleirou-se e, em pontas de pés, devorou cada palavra do que a senhora dizia e voluntariou-se até para assistente da 'senhora cientista' (como lhe chamou). E por ali se viveram uns momentos preciosos de experiências cientificas que fizeram as delicias da criançada.
Está também de parabéns o Centro de Ciência Viva de Tavira, pela iniciativa e, da minha parte, um grande obrigada por terem contribuído de forma tão prazerosa para o enriquecimento interior do meu rebento e pelos minutos bem passados e super-bem aproveitados.





quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

The Cure em Portugal

Esta fotografia já tem alguns aninhos... foi tirada numa época da minha vida em que tudo me parecia possível e nada existia sem banda sonora.

Por esta altura, a banda sonora da minha vida era dos The Cure, era o Robert Smith (nos posters lá atrás).

Pelo tanto que me acompanharam e pelo que sempre significaram para mim, esperei sempre vê-los ao vivo, um dia, mas nunca tive oportunidade.

Hoje soube que vão estar no nosso país por alturas do verão e fiquei completamente overwhelmed with joy (que é como quem diz contentita que nunca mais acaba!).

Parece que, finalmente, uma parte de mim, que nunca de mim saiu, mas que nunca se sentiu inteira, vai poder completar-se.

Que o verão e a sua Luz cheguem rapidamente!

'cenas' que leio e depois me apetece que os outros leiam também

Vamos pela vida intercalando épocas de entusiasmo com épocas de desilusão. De vez em quando andamos inchados como velas e caminhamos velozes pelo mar do mundo; noutras ocasiões – mais frequentes do que as outras – estamos murchos como folhas que o tempo engelhou. Temos períodos dourados, em que caminhamos sobre nuvens e tudo nos parece maravilhoso, e outros – tão cinzentos! – em que talvez nos apetecesse adormecer e ficar assim durante o tempo necessário para que tudo voltasse a ser belo.
Acontece-nos a todos e constitui, sem dúvida, um sinal de imaturidade. Somos ainda crianças em muitos aspectos.
A verdade é que não temos razões para nos deixarmos levar demasiado por entusiasmos, pois já devíamos ter aprendido que não podem ser duradouros.
A vida é que é, e não pode ser mais do que isso.
Desejamos muito uma coisa, pensamos que se a alcançarmos obtemos uma espécie de céu, batemo-nos por ela com todas as forças. Mas quando, finalmente, obtemos o que tanto desejávamos, passamos por duas fases desconcertantes. A primeira é um medo terrível de perder o que conquistámos: porque conhecemos o que aconteceu anteriormente a outras pessoas em situações semelhantes à nossa; porque existe a morte, a doença, o roubo…
A segunda fase chega com o tempo e não costuma demorar muito: sucede que aquilo que obtivemos perde – lentamente ou de um dia para o outro – o encanto. Gastou-se o dourado, esboroou-se o algodão das nuvens. Aquilo já não nos proporciona um paraíso.
E é nesse momento que chega a desilusão, com todo o seu cortejo de possíveis consequências desagradáveis: podem passar-nos pela cabeça coisas como mudarmos de profissão, mudarmos de clube, trocarmos de automóvel ou de casa, divorciarmo-nos… E, então, surge o desejo de partir atrás de outro entusiasmo: queremos voltar a amar…
Nunca mais conseguimos aprender o que é o amor.
Se nos desiludimos, a culpa não está nas coisas nem está nas outras pessoas. Se nos desiludimos, a culpa é nossa: porque nos deixámos iludir; porque nos deixámos levar por uma ilusão. Uma ilusão – há quem ganhe a vida a fazer ilusionismo – consiste em vestir com uma roupagem excessiva e falsa a realidade, de modo a distorcê-la ou a fazê-la parecer mais do que aquilo que é.
Quando nos desiludimos não estamos a ser justos nem com as pessoas nem com as coisas.
Nenhuma pessoa, nenhuma das coisas com que lidamos pode satisfazer plenamente o nosso desejo de bem, de felicidade, de beleza. Em primeiro lugar porque não são perfeitas (só a ilusão pode, temporariamente, fazer-nos ver nelas a perfeição). Depois, porque não são incorruptíveis nem eternas: apodrecem, gastam-se, engelham-se, engordam, quebram-se, ganham rugas… terminam.
Aquilo que procuramos – faz parte da nossa estrutura, não o podemos evitar – é perfeito e não tem fim. E não nos contentamos com menos de que isso. É por essa razão que nos desiludimos e que de novo nos iludimos: andamos à procura…
De resto, se todos ambicionamos um bem perfeito e eterno, ele deve existir. Só pode acontecer que exista. Mas deve ser preciso procurar num lugar mais adequado.
Paulo Geraldo


Já agora, se alguém souber qual é o lugar mais adequado, é favor partilhar com a malta, tá?

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Mais do que palavras... XXV

Aproximo-me da noite
o silêncio abre os seus panos escuros
e as coisas escorrem
por óleo frio e espesso

Esta deveria ser a hora
em que me recolheria
como um poente
no bater do teu peito
mas a solidão
entra pelos meus vidros
e nas suas enlutadas mãos
solto o meu delírio
...

  os ruídos da noite
trazem a sua esponja silenciosa
e sem luz e sem tinta
o meu sonho resigna 


Mia Couto, Solidão

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Infinity


To see a world in a grain of sand,
And a heaven in a wild flower,
Hold infinity in the palm of your hand,
And eternity in an hour.

Auguries of Innocence, William Blake, 

sábado, 14 de janeiro de 2012

Uma ao fim de semana (6)


Ele (Stuart) - I could take all the craziness out of you, that's what I loved you for. Take away all the oranges, greens and blues, that's what I loved you for  
Ela (Ann) - Take a look at me, you think it really could be that easy? I mean, take a look at me, you think it really could be that easy for you?
- I know about guys, I know where they live
- And you're just the same! The ones that matter fight against themselves
- But it's so hard to change! Hey, I could love you, take all that love away from you. Hey, I could love you, put you in this box I've made for two
- So you could take all this craziness out of me, that's what you love me for. Well, I don't mean to laugh, but if you know all this you must be halfway there
- Well, like that dress tonight, you won't know as it falls from you, turn around and it's winter, darling, look in the mirror and it won't be you
- So you're an old, old dog, you've been around the block
- So many times!
And it's the same old turns, same old feelings straight down the line
- Yeah, I can love you! Grab that leash and drag you to a place you'd never know
- I know where my bones are buried, may take me a while, but I'd find my way home.

Buried Bones,Tindersticks (With Ann Magnusson)


'Uma ao fim de semana' é a rubrica d'O Quinto Andar da qual consta uma musica que se ajusta, por uma razão ou por outra, ao estado de espírito da minha pessoa nesse momento. Sugestões são bem-vindas (embora sujeitas a apreciação). Podem enviá-las para lp.going.80s@gmail.com.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

E que tal oferecerem a esta vossa miguinha um presentinho?

Se houver por aí alguma alma a quem tenha sobrado uns trocos das prendinhas de natal, e que queira fazer a caridade de me oferecer este livrinho, estejam à vontade. Eu ficaria eternamente agradecida.
Detalhes sobre como encomendar no link depois do video =)



detalhes e encomendas

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

No TV for me

Em minha casa a televisão está sempre num canal onde haja desenhos animados, basicamente. Ou seja, a minha pessoa pouco vê televisão, portanto (refiro-me a programas que não desenhos animados). Isto porquê? Porque numa casa onde há uma criança, há uma televisão com desenhos animados. Ponto.
Falou-se disto numa emissão da manhã da Rádio Comercial, que eu ouvi, por acaso, quando ia a caminho do trabalho. Pelos testemunhos, percebi que é normal que assim seja. É muito comum os adultos passarem a não acompanhar da mesma forma a actualidade que a tv facilita quando têm filhos. De facto, passamos até por alguns embaraços quando alguém no trabalho nos fala num acontecimento a nível mundial e nós ficamos surpreendidos, revelando o nosso desconhecimento total sobre o assunto. Fica a parecer que vivemos noutro planeta, pois o mundo inteiro já sabe e nós não. Porque não vemos tv, lá está. A não ser que haja mais televisões em casa, alguém observou. Ora bem, eu tenho mais televisões em casa. Agora, será que eu prefiro ver televisão noutra divisão da casa, sozinha, durante as poucas horas do dia em que posso estar com o meu filho? Enquanto que ele está noutra, sozinho também, a ver desenhos animados e eu até tenho a oportunidade de vê-los com ele? É claro que não! Nem consigo conceber tal ideia. Prefiro continuar a fazer figuras de surpreendida como se fosse uma extraterrestre.
Noutro planeta já eu vivo há muito tempo, de qualquer forma.

(fotografia de André)

domingo, 8 de janeiro de 2012

Uma ao fim de semana (5)


"And she will always carry on
Something is lost,
But something is found
They will keep on speaking her name
Some things change,
Some stay the same"

                                         Hymn to Her, The Pretenders


'Uma ao fim de semana' é a rubrica d'O Quinto Andar da qual consta uma musica que se ajusta, por uma razão ou por outra, ao estado de espírito da minha pessoa nesse momento. Sugestões são bem-vindas (embora sujeitas a apreciação). Podem enviá-las para lp.going.80s@gmail.com.

sábado, 7 de janeiro de 2012

'tão não?!

Sábado à tarde. Passeava com o meu rebento por um jardim. Entre corridas e escondidas e afins, por entre as árvores, chegámos a um cantinho muito bem cuidado e acolhedor. Resolvemos parar para descansar um pouco. Procurei um banco e encontrei. Não só o banco, mas um registo, no mínimo, engraçado, bem 'evidente' nele. Tive que fotografar, não resisti.


Uns dias mais tarde, passei pelo mesmo lugar com uns colegas de trabalho, durante um momento de pausa, e mostrei-lhes o banco com os dizeres. Imediatamente começou a divagação: quem teria escrito? Um adolescente? Um adulto? Teria sido um rapaz? Uma rapariga? Já se analisava a letra e tudo e se concluía que devia ser de rapariga. Houve quem dissesse que conhecia rapazes que também tinham uma letra assim. Eu sorria, cá no meu canto, sem nada dizer, e acabaram por me perguntar a minha opinião sobre quem teria sido o autor da frase. Só me ocorreu responder-lhes que foi escrita por alguém coberto de razão.

100 %!!!

Cá em casa houve alguém que teve 100% (100%!!!) na ficha de avaliação de matemática. E lá podia haver melhor pretexto para comemorar! O jantarinho foi melhorado (melhorado, como quem diz, à moda do pequeno génio), e houve convidada de honra e tudo! E era sorrisos que nunca mais acabavam...

Foi tão menito!

(eu sei, eu sei, estou uma Mamã insuportavelmente "babada". Mas ó pa mim toda contentita!)

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Mais do que palavras... XXIV

Lenta e lenta a hora
Por mim dentro soa
(Alma que se ignora !)
Lenta e lenta e lenta,
Lenta e sonolenta
A lua se escoa...

Tudo tão inútil !
Tão como que doente
Tão divinamente
Fútil - ah, tão fútil
Sonho que se sente
De si próprio ausente...

Naufrágio ante o ocaso...
Hora de piedade...
Tudo é névoa e acaso
Hora oca e perdida,
Cinza de vivida
(Que Poente me invade?)
Porque lenta ante olha
Lenta em seu som,
Que sinto ignorar ?
Por que é que me gela
Meu próprio pensar
Em sonhar amar ?



Hora Morta, Fernando Pessoa

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

e eu fiquei perdida

nunca fui uma ganda maluca no que diz respeito a saídas e noitadas. dessas com os amigos, e assim (tadita de mim!). nem nos tempos áureos da juventude... mas devo dizer, a bem da verdade, que não é coisa que alguma vez me tivesse preocupado em demasia. tenho muito gosto em desfrutar da presença dos meus amigos e de partilhar na sua companhia um ou outro evento que me seduza, (principalmente se o assunto musica estiver envolvido), mas não vou além disso. a minha mãe costuma dizer que sou caseirinha.
parece-me que, da mesma forma que não sou de exageros muito fora do meu espaço, também não sou de trazer exageros para dentro dele. que me sabe lindamente uma longa conversa de sofá pela noite fora, com uma amiga do peito, na companhia de um chá e umas bolachas, é um facto inegável e incontestável. mas no meu espaço, poucas pessoas entram que não sejam amigos do peito, ou que não estejam 'cá dentro'  por alguma razão. por ser assim, convidei um dia para fazer parte dele, alguém que estava, sem dúvida, cá dentro. aliás, como é normal entre amigos. fiz questão que sentisse que estava em casa, claro. e quis muito que voltasse.
mais tarde fez-me sentir em casa, também. e eu quase que senti.
levou algum tempo, mas comecei a sentir-me um pouco em casa, numa casa que não era a minha.
até que um dia.
um dia, embora de outra forma, como que me fez esta pergunta (um outro amigo explica-a tão bem): "pensas que estás em tua casa?"

e eu fiquei perdida.

e eu deixei de saber onde estava.