terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

O fenómeno do papel térmico

O que nos fica dos momentos que vivemos são as sensações. Li eu algures, há uns tempos atrás. Ao que parece, o que o cérebro humano armazena é, efectivamente, o que os sentidos registaram no momento, seja a intensidade da luz (imagem clara ou escura), ou da temperatura (frio ou calor). Mesmo a sensação de barulho ou silêncio fica em nós, segundo dizem.  A realidade é que, quando olhamos para um determinado momento da nossa vida no passado, recente ou não, não são imagens assim tão nítidas que enxergamos. Serão detalhes, aspectos, nitidez não.
A mim acontece-me muito isto de recordar momentos associando-os a sensações. Na verdade, às vezes, recorro às sensações (tipo, enquadramento) na esperança de estas me ajudarem a relembrar depois rostos. Nítidos, queria eu. Como se estivesse a olhar para eles. E é tão difícil! É engraçado que as sensações ficam e os rostos das pessoas presentes nos tais momentos, e que não vemos há algum tempo, tendem a desvanecer. E fazemos um esforço tremendo! Fechamos os olhos para melhor recuperarmos as feições que queremos porque queremos guardar, mas não há meio. O cérebro prega-nos partidas. É como aquele papel térmico do multibanco. Com o tempo, o que está impresso desaparece. "Se é importante, o melhor é fazer uma cópia."
Eu não quero cópias!

4 comentários:

Ivar C disse...

as baleias têm uma memória fotográfica. se virem uma pessoa uma única vez na vida, são capazes de a reconhecer a qualquer momento e em qualquer lugar. Às vezes também nós o conseguimos. :)

memyselfandi disse...

Bagaço, =)

NUXA disse...

Entendo... concordo que as feições não nos fiquem "nítidas" como se à nossa frente, mas também concordo que talvez não seja necessária toda essa nitidez para reconhecermos alguém. =) Se calhar o mais importante é isso mesmo. Reconhecer.

memyselfandi disse...

NUXA, se calhar...