... ouvir o sino que bate na torre de uma igreja não muito distante daqui.
Tenho-lhe feito companhia e ouvido atentamente tudo o que conta sobre o tempo.
Conta-me histórias de embalar, por vezes. Outras, conta-me histórias de almas em desassossego e de corações apertados.
Não é grande contador de histórias, mas sobre o tempo, sabe tudo.
Já lhe ouvi dizer que enquanto houver tempo, haverá o que contar.
Conta que as histórias estão no tempo e sem tempo, não há histórias. É preciso tempo para que existam. É preciso tempo para as ouvir.
Sabe que não as quero ouvir.
Sabe que não quero ter tempo.
Vai troçando e continua a contá-las.
Oiço-as, não consigo evitá-lo.
Vão-se sucedendo na esperança vã que o tempo pare e elas com ele.
O tempo não me deixa e sinto-me cansada de tanto lhe tentar fugir.
Consigo ouvir o sino que bate na torre de uma igreja não muito distante daqui.
Tem-me feito companhia e ouvido atentamente tudo o que lhe conto e que nada tem a ver com o tempo.
6 comentários:
Minha amiga, não sei de que lugar de dentro de ti vêm estas criações, mas uma coisa te digo, o que li prendeu-me até ao fim. Percebi e não percebi e no final percebi tudo (acho). Belo!!!
NUXA, eu também não! Mas se gostaste, já valeu a pena. Obrigada, amiga.
Jt.
E eu?
Eu perguntei ao tempo se havia tempo para parar o tempo. Quase como o outro que perguntava ao tempo quanto tempo o tempo tem…Enfim, cansada do tempo para tudo e do tempo para nada. Exausta com ver as horas, os minutos, os segundos…tic-tac infinito e tão célere. Tenho medo de ter tempo para pensar que o tempo urge. E não quero, amiga, ficar sem tempo para te dizer que as tuas palavras são lindas. Continua!
Bj grande
Carlaslr
CARLA, serão as minhas ou as tuas? Obrigada, amiga.
Jt.
mt bonito sim senhor...por vezes dá-mos conta do relógio porque esperamos por algo. se estivermos todos a ouvir o tempo ninguém faz nada! CERTO?!
CELESTE, tem dias... ;)
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