Eu - Olá. Hoje está sozinha.
Ela - Olá. Sim. Tenho estado.
Eu - A sua colega que estava grávida já teve o bebé?
Ela - Ainda não. Mas está de baixa. Não volta tão cedo.
Eu - Então ainda não têm substituta?
Ela - Não. Nem vamos ter..
Eu - A sério?! Então como vão fazer?
Ela - Como temos feito. Isto abre às 10 da manhã e fecha às 11 da noite e temos que assegurar entre as duas que cá estamos. A minha colega foi comer qualquer coisa a correr. Já está uma pessoa à espera. Vê como é?
Eu - Vejo, vejo... É que ainda são muitas horas, realmente... Pelo menos pagam-vos as horas a mais, não?
Ela - Isso agora... Não falta quem queira trabalhar, minha senhora...
Eu - Você tem filhos?
Ela - Coitados dos meus filhos...
Calei-me. Não perguntei absolutamente mais nada. Fiquei deprimida o resto da tarde.
4 comentários:
até eu fiquei... é muito triste realmente. Os shopping são um simbolo de consumismo e suposto desenvolvimento mas no entanto a exploração de um homem por outro homem continua tal como há mil anos...
Muita amargura...
Pois é, JOÃO. É de ficar...
Jt.
Às vezes tento nem pensar nisso, se não não faço nada, nem vou a lugar nenhum. Mas concordo que é uma realidade injusta e cruel. Quando envolve crianças, então...
e nem todos tem a mesma força e não aguentam. É por isso que acontece o que acontece no post lá de cima, da France Telecom e da GNR...
Ps.:sabias que o António Lobo Antunes, chegou a andar com uma caixinha com a dose certa de comprimidos para se suicidar? Como é que é possível,né? Somos mais frágeis do que aparentamos...
bora lá a biana :)
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