Geralmente, o que não é planeado é o que corre melhor. Já há por aí muita gente a dizê-lo. Foi o caso. Um encontro para um café. Que se transformou num jantar. Que se transformou num diálogo interminável. Que se transformou numa ida ao cinema. Sem escolha prévia e sem um título em cartaz fortemente sedutor, foi escolhido o "Letters to Juliet". Adivinhava-se um filme xaroposo do tipo Domingo à tarde na TV, mas acabou por se revelar um pouco mais do que isso. Bastante mais. Saí de lá com a sensação de que naquela sala de cinema alguém me quis ensinar uma lição... Certa ou errada, seria bom se a tivesse aprendido. Continua a parecer que nem tenho pensado no assunto. E, no entanto, tenho pensado. Oh, se tenho!
“A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias” – Alberto Caeiro
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Não sendo uma novidade, é sempre actual. E tão, mas tão verdadeiro!
Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro.
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito.
Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso in "Elogio ao amor"
Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade.
Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito.
Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem.
A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço.
Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.
Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor.
A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser.
O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra.
A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Miguel Esteves Cardoso in "Elogio ao amor"
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Coisas daquelas que acontecem
Paradinha nos semáforos com os vidros abertos e a musica bem alta. Ouvia-se o "What about love" dos Heart. Pára ao meu lado um indivíduo que imediatamente olha na minha direcção. O embaraço costumeiro e lá acabo por encará-lo. Gesticula-me qualquer coisa que eu não percebi e, já sem paciência, começo a preparar-me para o brindar com um gesto menos simpático. Finalmente percebo que tem qualquer coisa a ver com "ouvir" e "rádio". Grito-lhe: "M80!" Faz-me o gesto do "gosto", sintoniza, pisco-lhe o olho e avançamos os dois sorridentes!
Ás vezes ainda se encontram pessoas bom-astral!
Ás vezes ainda se encontram pessoas bom-astral!
E a garra, cadê?
É engraçado (e não tem piada nenhuma) que o pobo, hoje em dia, parece que perdeu a garra toda! É incrível como olho à minha volta e tudo o que vejo é uma malta muito calma, pacífica, cada um com as suas vidinhas e a rezar (parece) para que nada de novo apareça, não vá a circunstância exigir-lhes grandes esforços e depois é uma chatice.
Há dias, uma amiga minha convidava outra para o seu jantar de aniversário. A resposta foi:
"- Olha, desculpa. Mas não vai dar para ir.
- Que pena! Mas porquê? Gostaria tanto de te ver cá!
- Fica um pouco longe, sabes. E não me dá assim muito jeito."
O longe dela ficava a 30 minutos de distância e não era preciso andar muito depressa.
Episódio 2:
"- ...acabei por vir para casa e fiz eu muito bem. Bebi umas bejecas sozinho, comi uns amendoins, e tudo em paz e sossego.
- A sério?! E nem tentaste conversar, saber o que se passava, sei lá, esclarecer as coisas? Nem ligaste?
- Não estou para me chatear!"
E é este "não estou para me chatear" que a mim me indigna. É que ninguém está para se chatear por coisíssima nenhuma.Tudo se faz e todos se relacionam porque dá jeito. Ou então, nada se faz e as pessoas não se relacionam porque não dá jeito.
E ninguém está para se chatear.
Incrível!!!
Há dias, uma amiga minha convidava outra para o seu jantar de aniversário. A resposta foi:
"- Olha, desculpa. Mas não vai dar para ir.
- Que pena! Mas porquê? Gostaria tanto de te ver cá!
- Fica um pouco longe, sabes. E não me dá assim muito jeito."
O longe dela ficava a 30 minutos de distância e não era preciso andar muito depressa.
Episódio 2:
"- ...acabei por vir para casa e fiz eu muito bem. Bebi umas bejecas sozinho, comi uns amendoins, e tudo em paz e sossego.
- A sério?! E nem tentaste conversar, saber o que se passava, sei lá, esclarecer as coisas? Nem ligaste?
- Não estou para me chatear!"
E é este "não estou para me chatear" que a mim me indigna. É que ninguém está para se chatear por coisíssima nenhuma.Tudo se faz e todos se relacionam porque dá jeito. Ou então, nada se faz e as pessoas não se relacionam porque não dá jeito.
E ninguém está para se chatear.
Incrível!!!
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Festas da M80
É certo e sabido que não dispenso uma oportunidade de ouvir boa musica. Se puder disfrutar dela na companhia de amigos, ainda melhor. Por esta e outras razões, não pude deixar de aproveitar a oportunidade de ir às duas festas promovidas pela rádio M80 aqui no Algarve.
Sobre a primeira, no Pavilhão do Arade em Ferragudo, Lagoa, ocorre-me dizer que foi muito bem sucedida. Desde a organização da mesma no que respeitava ao levantamento dos convites e respectiva entrega à entrada do evento, ao rigor do cumprimento de regras para que tudo funcionasse sem falhas. Todos os presentes puderam usufruir do momento de descontração e boa disposição sem sobressaltos. A selecção musical de Miguel Simões e companhia foi bestial e o espaço reunia as boas condições para a criação de um ambiente notoriamente alto-astral. Os sucessos musicais sucediam-se e as horas passavam vertiginosamente. Era manhã e ninguém tinha dado por nada... Balanço: uma noite daquelas que valem muito a pena!
Sobre a segunda, não me entusiasmarei tanto... O espaço era o Faces, na marina de Vilamoura. Haveria festa, não haveria festa, era necessário levantar convites, não era necessário. O valor do consumo mínimo ora era um, ora era outro... Ninguém estava 100 por cento certo de nada. Confusão instalada desde o início.
A selecção musical foi diferente da da primeira festa e não tanto do meu agrado. Muito provavelmente devido ao facto de o público ser, também, muito diferente. Foram vistas por lá muitas caritas larocas que dificilmente teriam 16 anos. Enfim. O espaço tornou-se diminuto. O calor dificilmente suportável. Ainda que com banda sonora, as horas não passaram assim tão depressa. Balanço: foi positivo o facto de as senhoras terem ganho brindes da marca de cosméticos Oriflame...
Sobre a primeira, no Pavilhão do Arade em Ferragudo, Lagoa, ocorre-me dizer que foi muito bem sucedida. Desde a organização da mesma no que respeitava ao levantamento dos convites e respectiva entrega à entrada do evento, ao rigor do cumprimento de regras para que tudo funcionasse sem falhas. Todos os presentes puderam usufruir do momento de descontração e boa disposição sem sobressaltos. A selecção musical de Miguel Simões e companhia foi bestial e o espaço reunia as boas condições para a criação de um ambiente notoriamente alto-astral. Os sucessos musicais sucediam-se e as horas passavam vertiginosamente. Era manhã e ninguém tinha dado por nada... Balanço: uma noite daquelas que valem muito a pena!
Sobre a segunda, não me entusiasmarei tanto... O espaço era o Faces, na marina de Vilamoura. Haveria festa, não haveria festa, era necessário levantar convites, não era necessário. O valor do consumo mínimo ora era um, ora era outro... Ninguém estava 100 por cento certo de nada. Confusão instalada desde o início.
A selecção musical foi diferente da da primeira festa e não tanto do meu agrado. Muito provavelmente devido ao facto de o público ser, também, muito diferente. Foram vistas por lá muitas caritas larocas que dificilmente teriam 16 anos. Enfim. O espaço tornou-se diminuto. O calor dificilmente suportável. Ainda que com banda sonora, as horas não passaram assim tão depressa. Balanço: foi positivo o facto de as senhoras terem ganho brindes da marca de cosméticos Oriflame...
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Concerto dos Europe
O recinto ia diminuindo de tamanho. O som das conversas elevava-se. Os copos passavam de mão em mão. Os flashes das máquinas fotográficas criavam e coloriam. O palco (ainda vazio), era fonte de expectativa, nele havia energia por libertar mas que já se sentia. Cantarolavam-se alguns dos refrões das musicas que entretanto se ouviam. Silêncio. O tal efeito de nevoeiro. O momento aguardado chegou. E eis que uma das bandas que tanto rodou nos nossos queridos anos 80 entra em palco, vigorosamente, e com uma garra contagiante que conquistou o público logo nos primeiros minutos. Os mais novos abanavam as cabeças e gritavam os versos que sabiam de cor. Os mais velhos partilhavam a excitação de estar em presença de membros de uma banda que lhes trazia boas recordações (muito boas, até, para alguns) e que os fazia sorrir e fazer exercícios de memória prazerosos ao tentarem recordar as letras das musicas.
Eu não sou, de facto, uma fã incondicional deste género de musica, mas, confesso aqui, que dos Europe fui. Tenho em casa dos meus pais um poster da Bravo dos Europe com assinaturas e dedicatórias dos meus colegas do secundário e de alguns professores. Confesso, ainda, que tentei fazer um corte de cabelo igual ao do Joey Tempest (aquele cabelo era um espectáculo!), mas saí do cabeleireiro com algo que se assemelhava a uma carapinha versão alongada. E foram precisas semanas para que a minha cabeleira ficasse "algo" semelhante ao do cabelo da estrela em causa. Resta-me finalizar o meu rol de confissões dizendo que sempre
gostei especialmente do narizito do Joey, o qual (constatei eu com grande agrado), continua igualzito!
O concerto valeu muito a pena, a banda está aí para as curvas e eu senti um arrepiozinho quando ouvi a voz do Joey gritar "Carrie"...
Eu não sou, de facto, uma fã incondicional deste género de musica, mas, confesso aqui, que dos Europe fui. Tenho em casa dos meus pais um poster da Bravo dos Europe com assinaturas e dedicatórias dos meus colegas do secundário e de alguns professores. Confesso, ainda, que tentei fazer um corte de cabelo igual ao do Joey Tempest (aquele cabelo era um espectáculo!), mas saí do cabeleireiro com algo que se assemelhava a uma carapinha versão alongada. E foram precisas semanas para que a minha cabeleira ficasse "algo" semelhante ao do cabelo da estrela em causa. Resta-me finalizar o meu rol de confissões dizendo que sempre
gostei especialmente do narizito do Joey, o qual (constatei eu com grande agrado), continua igualzito!
O concerto valeu muito a pena, a banda está aí para as curvas e eu senti um arrepiozinho quando ouvi a voz do Joey gritar "Carrie"...
Changing Perspectives
Está, este Verão, a ser muito diferente de todos os outros que já passaram pela minha vida. Na realidade, pode até não ser assim tão diferente, mas é, sem dúvida, diferente, a forma como olho para as coisas e valor que lhes dou. São inúmeros os factores que têm contribuido para que assim seja, alguns dos quais não faz sentido falar aqui, mas outros há que merecem ser mencionados, pois ocupam, cada vez mais, um lugar de destaque em mim. Tenho redescoberto o valor da amizade e da felicidade que é partilhar o que sou, o que há em mim, principalmente, sentindo e apreciando cada coisa nova que vai surgindo no meu caminho. A kind of rebirth, parece. A praia, os passeios, as leituras, as saídas com os amigos, as festas dos 80s, os concertos, os Mojitos ;), o ter a casa cheia de gente, as conversas "de raparigas" (que voltaram a ser deliciosas), e até situações inesperadas docinhas, mas tão docinhas, que têm sido a causa de um sorriso (ou vários) que tenho trazido no rosto. Enfim. Um "recheio" precioso de gestos carinhosos e de Gente carinhosa. Iluminada. Um Verão de muito calor, de facto, "daquele que aquece o coração".
Às vezes, é mesmo tudo uma questão de perspectiva...
Às vezes, é mesmo tudo uma questão de perspectiva...
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Tive mesmo que partilhar... - Crónica de Tiago Mesquita
Miúdos ignorantes ainda vá. Agora chumbarem é que não pode ser
A Ministra Isabel Alçada quer acabar gradualmente com os chumbos nas Escolas. Se ninguém chumbar acaba-se com o insucesso escolar, mesmo que os miúdos sejam burros como portas.
Se hoje em dia há quem frequente Universidades deste país sem saber ler e escrever correctamente, ao acabarem com os chumbos nas escolas os novos licenciados não irão provavelmente sequer conhecer o abecedário ou conseguir consultar o saldo do multibanco por incapacidade de decifrarem algarismos. E a avaliar pelos últimos resultados nas provas de português e matemática estamos no "bom" caminho.
Depois do "Novas Oportunidades" - que em teoria consegue em apenas 6 meses pôr um analfabeto a dar aulas de Filosofia. Ou ainda transformar um amola-tesouras em astronauta com aulas em regime pós laboral - prepara-se agora o Governo para proibir o chumbo nas escolas.
Ou seja, premiar a imbecilidade disfarçando-a de incentivo ao aluno. Se não houver chumbos não há insucesso escolar. 0% Insucesso com um só tiro. Brilhante cara Ministra. Genial. Esta geração, a geração que tem a infelicidade de estudar no Ensino Público arquitectado durante o reinado do Engenheiro Sócrates será provavelmente a mais inculta, ignorante e mal preparada que os estabelecimentos de Ensino alguma vez tiveram oportunidade de formar/educar. No entanto terá certamente os melhores níveis de desempenho. Seremos um Canadá ou Inglaterra, mas sem o trabalho de termos de os educar. Números em vez de cérebros.
Se por um lado os mais petizes nada terão de fazer para passar de ano, nem sequer assistir às aulas em alguns casos, os graúdos que nunca entraram numa sala de aula ou que não pisam uma desde os anos 60 podem agora ser "doutores" num estalar de dedos.
Não me admirava muito se os livros do Crepúsculo viessem substituir alguns manuais escolares e começassem a estudar os guiões da novela Morangos com Açúcar em vez dos autos de Gil Vicente. Pitágoras para muitos miúdos deve ser um personagem do Lua Vermelha.
Entende-se o desespero de professores, alunos e pais que se dedicam e levam o Ensino Publico a sério. Se é difícil motivar alunos desinteressados por natureza, alguns mal-educados, existindo regras elementares de disciplina e de penalização pelo desinteresse manifestado ou fraco desempenho, imaginem a partir do momento em que estes alunos souberem que têm os objectivos garantidos sem nada terem de fazer. E se for preciso ainda mandam umas galhetas no mauzão do professor porque lhes tirou o ipod com o CD do Angélico.
Mas nunca esquecendo que vivemos num país em que o Primeiro-Ministro se licenciou "enviando o ponto para casa do professor a um Domingo" como tão bem retratou o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa. Com este nível de exigência por parte de quem governa, que mais podíamos pedir? Ou o que podem eles exigir aos outros?
Crónica de Tiago Mesquita/EXPRESSO
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Mais do que palavras... XVIII
Labirinto ou não Foi Nada Talvez houvesse uma flor aberta na tua mão. Podia ter sido amor, e foi apenas traição. É tão negro o labirinto que vai dar à tua rua ... Ai de mim, que nem pressinto a cor dos ombros da Lua! Talvez houvesse a passagem de uma estrela no teu rosto. Era quase uma viagem: foi apenas um desgosto. É tão negro o labirinto que vai dar à tua rua... Só o fantasma do instinto na cinza do céu flutua. Tens agora a mão fechada; no rosto, nenhum fulgor. Não foi nada, não foi nada: podia ter sido amor. David Mourão-Ferreira, in "À Guitarra e à Viola" |
terça-feira, 3 de agosto de 2010
Porque...
Porque ficou tanto por dizer;
Porque teria valido a pena dizê-lo;
Porque tudo poderia ter sido diferente;
Porque nada é o que parece;
Porque nada parece o que é;
Porque às vezes até vale a pena;
Porque poderia ter sido;
Porque há quem ainda "seja";
Porque todos somos diferentes;
Porque o mundo somos nós;
Porque há muros que teriam merecido ser transpostos...
Porque teria valido a pena dizê-lo;
Porque tudo poderia ter sido diferente;
Porque nada é o que parece;
Porque nada parece o que é;
Porque às vezes até vale a pena;
Porque poderia ter sido;
Porque há quem ainda "seja";
Porque todos somos diferentes;
Porque o mundo somos nós;
Porque há muros que teriam merecido ser transpostos...
Não sei se estou bem...
Não poderei dizer que estou mal. Mas se disser que estou bem, estarei a mentir. Acabo de ter uma revelação do tipo das que já nos foram reveladas há muito tempo mas insistimos em acreditar que é da nossa cabeça e que não se passa nada. Pois passou-se. E passou-se tudo! Estou a tentar gerir no meu interior a confirmação de tanta coisa. E porque hão-de estas coisas suceder-me a mim? Eu sei. Esta pergunta não tem piada e toda a gente a faz. Mas eu tenho um "galo" daqueles com coisas de que suspeito, desde sempre! Tento ignorar, mas mais cedo ou mais tarde, lá vem a confirmação. Não sei se é a isto que chamam de intuição feminina. É bem provável e, nesse caso, meus amigos, eu tenho intuição que nunca mais acaba... E não queria. A sério que não queria. Seria tão mais feliz se fechasse os olhos a tanta coisa... Ou, pelo menos, se não desse importância a tanta coisa. Mas não é esse o meu perfil. E passo pelas coisas da vida com mais profundidade do que grande parte das pessoas, acho. É assim e pronto. Já me habituei a mim mesma sendo assim e resta-me acreditar que alguma vez na vida tirarei partido desta natureza perturbadora e um tanto fatalista. É que sendo desta forma, sofre-se duas vezes: por antecipação (fase em que pressentimos mas recusamos aceitar como facto) e no momento da confirmação do "facto" porque resistimos a aceitá-lo como facto logo que o suspeitamos. Complicado. Lá está, o tal grupo do Facebook...
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