quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sair de mim...

Às vezes queria sair de mim.

Esquecer-me desta que me prende, me domina, me controla.
Perder o molde.
Desprender-me de todos os artifícios que me ensombram o dia.
Libertar a minha mente, anular-lhe as barreiras e deixá-la ir…
Caminhar sem amarras e fantasmas castradores.
Empurrar mágoas.
Abraçar pecados.
Abandonar-me.
Deixar-me.
Permitir-me.
Desfazer-me de naturezas carregadas, vencidas, derrotadas, acostumadas.
Acolher um outro lado de mim e afagá-lo, nutri-lo...
Suscitar a lembrança de que o coração existe, ceder-lhe às exigências, realizar sem consciência
Despedir-me de mim – adeus obsticidade! - e a mim dar as boas vindas.

Pudera ser ceifeira num poema de Fernado Pessoa!

5 comentários:

FLR disse...

Muuuiiiito bom! Parabéns! Já li e reli. Por vezes, ser a ceifeira dava muito jeito, sim...
Bj Grd

memyselfandi disse...

FLR, se dava! Já viste como é feliz por nada questionar? E viva a ceifeira! :D

NUXA disse...

UAU! Que ceifeira, qual quê! Viva a alma que tem a sensibilidade de reproduzir sentimentos e emoções desta forma fantástica!
Amiga, coragem que nos teus dias ainda viverás muitos sonhos (e conscientemente)...
Always here for you :)

filipe disse...

Eu também gostava de escrever o que me vai no "inside" assim... Inspiração posso sempre vir aqui buscar, right? :)

memyselfandi disse...

NUXA, continuo a creditar em ti. :). Obrigada!

FILIPE, espero que sim e acho lindamente! :)