A pedido da Dona deste cantinho tão interessante, vou falar um bocadinho daquela que é a “melhor banda da actualidade” e da minha segunda experiência num concerto da mesma.
Estou, para quem ainda desconfia, a falar dos U2. Como tantas vezes ouvi dizer estes últimos dias, a maior empresa da Irlanda. Ora, se nós somos a maior empresa, seja do que for, temos que, obrigatoriamente, ser muito bons…como é o caso!
Os U2 actuaram sábado e domingo, dias 2 e 3 de Outubro, em Coimbra, tendo estado em Sevilha no dia 30 de Setembro. Três concertos mais que seguidos. Isto requer, obviamente, muito esforço e, sobretudo, muito profissionalismo. Diz quem esteve na noite de dia 2 que o concerto foi indescritível e memorável. Eu não posso dizer exactamente o mesmo. Foi seguramente um concerto que ficará na minha memória como tantos outros. Na minha memória ficará (não por ter ficado à frente uma vez que no anterior também fiquei, mas talvez porque estou mais observadora) um profissionalismo e uma camaradagem impressionantes.
O vocalista, Bono, como sabem, foi operado recentemente à coluna e apesar de nos ter dito que queria fazer daquela noite a melhor dos nossos dias não creio que para ele tenha sido. Quando cantava ‘Mysterious Ways’ magoou-se e continuou o concerto em perfeita agonia que só quem viu entendeu como ele é, acima de tudo, “O Bono”. Em ‘Magnificent’ engasgou-se de tal forma que só após um membro da equipa de apoio o ter ajudado e à custa de muita água, conseguiu acabar de cantar. Devo dizer que saí do concerto impressionada com o grupo, o entendimento e a entreajuda. Nenhum dos outros membros da banda brilhou mais que o próprio Bono. Acataram uma postura mais intimista o que transformou o concerto numa reunião lá em casa. Eles estiveram o tempo todo na nossa casa, brindaram-nos com um mega espectáculo de cor e efeitos especiais e ao som do “Space Oddity” de David Bowie iniciaram a viagem ao longo de mais de duas horas de magia sofrida e de êxtase dos 45.000 convidados. Momentos especiais como “Sunday Bloody Sunday”, “Where the streets have no name” ou “Elevation” elevaram a um “Beautiful day” todos os que depois de terem apanhado muita chuva os viram abençoados pelo São Pedro sem uma única pinga! Só o poder da música e das boas energias o consegue!
Entre mensagens de Paz que já caracterizam a Banda, Bono anunciou que o valor dos bilhetes da RED ZONE seria entregue para a investigação sobre o HIV. Para nos brindar com algo diferente e especial, talvez por não estarem tão efusivos, tocaram em primeira mão a canção “Boy Falls From The Sky” que irá fazer parte da banda sonora do novo filme do Homem Aranha. Desta vez e com muita pena minha nenhuma menina subiu ao palco para poder dançar com o vocalista. Pena, de facto. No entanto, entoamos em conjunto e com a coordenação do Bono um “éfe-érre-á’ correspondente à cidade em que nos encontrávamos e com o bom humor e assertividade que os caracteriza, finalizaram o concerto ao som de ‘Singing in the Rain’ de Sinatra com direito a chapéu-de-chuva e coreografia divinamente desempenhada.
Vi um concerto de uma banda comovida, agradecida, muito profissional que me brindou com uma noite emocionalmente diferente.
Celeste Silva
Celeste Silva
6 comentários:
Gostei do texto. Grandes fotos!
Concordo contigo, Tarzanboy. Também gostei do texto e achei as fotos muito boas. Tenho a certeza que a Celeste agradece. Obrigada pela visita. Volta sempre. =)
Agradeço sim senhora ao Tarzanboy e à Dona do cantinho!
Beijos aos dois!
Celeste, mais uma vez magnífica a tua prestação quanto à música! Só tenho pena de não ter partilhado contigo in locco esta experiência!
Obrigada Grace, podemos combinar uma em conjunto, que achas Helena?
bjs
De entre muitos concertos que assisti, este foi deveras o mais impressionante e marcante.
Passaram meses desde a aquisição dos bilhetes até à data esperada, período longo e cheio de ansiedade mas deveras merecido e recompensado pelo espectáculo assistido.
Concordo absolutamente com a Celeste com profissionalismo e entreajuda dos elementos da banda e o desmedido esforço do Bono para nos proporcionar um concerto memorável, que, pela sua actual dificuldade e deficiente condição física, proporcionou aos presentes um espectáculo diferente, singular e muito mais intimista, procurando um alinhamento musical único e memorável.
Adorei o jogo de luzes, o cenário, a enorme maquinaria, o movimento de toda a estrutura do palco e a constante empatia entre o grupo e o público, bem como a inalterável energia e alegria das pessoas que nos rodeavam.
Tive também alguma pena que não fosse puxada ao palco nenhuma menina da assistência, pois havia muita gente esperançada por esse momento, tornado dessa forma o espectáculo muito mais memorável.
Parabéns Celeste pelo texto, pois conseguiste por palavras descrever aquilo que, no local muito pouca gente conseguiu observar.
PS: Peço que quanto antes e se possível, que seja montado um elevador neste prédio, pois como é visível, demoro muito tempo a chegar a este quinto andar.
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