“A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias” – Alberto Caeiro
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Companheiros de uma vida
Aproximava-se uma passadeira e vi que ainda do passeio, alguém me fazia um sinal com a mão para que abrandasse, parasse. Era um senhor já com idade avançada e que me pareceu um pouco debilitado. Parei e ele pegou na mão da senhora que o acompanhava, a "sua senhora" muito provavelmente e começou a travessia. Olhava com cuidado e protegia a companheira (companheira de uma vida inteira, tive a sensação). Avançavam vagarosamente, muito juntinhos, e fiz-lhes um gesto para que tomassem o tempo de que necessitassem. O vidro aberto e ouvi a voz do senhor "A senhora tem sorte, ainda é nova!" e levantou-me a mão como em agradecimento. Sorri-lhes. Retribui o gesto. Pensei para comigo que, sorte tinha ele, pois tinha alguém por quem levantar a mão quando atravessasse a estrada. Sorte, tinha ela, pois tinha quem levantasse a mão por ela para atravessar a estrada.
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