“A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias” – Alberto Caeiro
sexta-feira, 25 de junho de 2010
E pronto! Viva Portugal!
Lá diz o provérbio, "Se não consegues vence-los, junta-te a eles". E pronto! Não sendo eu uma grande apreciadora da modalidade, volta meia volta, lá dou por mim no meio do "people" a ver os jogos e a torcer por Portugal. E, já agora, que ganhe!
Noite de S. João
Confesso que até há uns 5 anos atrás, as festas de S. João (ou dos santos populares em geral), nunca me entusiasmaram por aí além. Sim, já assisti ao desfile das marchas de Lisboa, já presenciei actividades relacionadas com a época nas escolas inúmeras vezes, nunca passando disso, "actividades", ou acontecimentos que vale a pena ver para podermos dizer que "vimos", pelo menos uma vez na vida. Mas a vida vai-se encarregando de nos alterar as perspectivas das coisas e, desde que o meu filho nasceu, que passei a dar muito mais valor às tradições por me parecer uma mais valia passá-las para ele, dar-lhas a conhecer. É também o nosso papel enquanto pais, dar-lhes a conhecer a nossa cultura e tradições, habituá-los a partilhá-las com a família e os amigos.
Este ano não foi excepção, e a noite de S. João foi festejada como convém, com muita sardinha e animação à mistura.
E viva o S. João!
Este ano não foi excepção, e a noite de S. João foi festejada como convém, com muita sardinha e animação à mistura.
E viva o S. João!
As Ditas Cujas!
As Ditas Cujas e os amigos
Algures numa casa cheia de amigos
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Companheiros de uma vida
Aproximava-se uma passadeira e vi que ainda do passeio, alguém me fazia um sinal com a mão para que abrandasse, parasse. Era um senhor já com idade avançada e que me pareceu um pouco debilitado. Parei e ele pegou na mão da senhora que o acompanhava, a "sua senhora" muito provavelmente e começou a travessia. Olhava com cuidado e protegia a companheira (companheira de uma vida inteira, tive a sensação). Avançavam vagarosamente, muito juntinhos, e fiz-lhes um gesto para que tomassem o tempo de que necessitassem. O vidro aberto e ouvi a voz do senhor "A senhora tem sorte, ainda é nova!" e levantou-me a mão como em agradecimento. Sorri-lhes. Retribui o gesto. Pensei para comigo que, sorte tinha ele, pois tinha alguém por quem levantar a mão quando atravessasse a estrada. Sorte, tinha ela, pois tinha quem levantasse a mão por ela para atravessar a estrada.
sexta-feira, 18 de junho de 2010
Um dia dos meus
É bem verdade que nem sempre as minhas noites (ou serões, vá) são os mais animaditos do mundo, em compensação garanto-vos que os meus dias são plenos e me preenchem completamente. Não preenchem apenas as horas, o tempo, preenchem, principalmente, a minha pessoa.
Veja-se o dia de hoje, por exemplo. Começou cedo na escola do meu filho pois hoje foi "Graduation Day". Actividades, muitas. Animação, também.
Seguiu-se uma palestra a propósito do "Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social" (a propósito do qual também participei numa marcha).
E a seguir a um agradável almoço com colegas, apresentação de trabalhos.
Peça de teatro e outros afins durante a tarde, pois rodeiam-me pessoas muito talentosas e com muito bom gosto para musica.
E pronto! Não parei um segundo até agora.
A verdade é,( também), que depois de dias assim, qualquer guerreiro (no caso, guerreira) merece um descanso e eu, confesso, que há muitos dias em que fico a cair. Mas com um sorriso de orelha a orelha, note-se!
Veja-se o dia de hoje, por exemplo. Começou cedo na escola do meu filho pois hoje foi "Graduation Day". Actividades, muitas. Animação, também.
Seguiu-se uma palestra a propósito do "Ano Europeu do Combate à Pobreza e à Exclusão Social" (a propósito do qual também participei numa marcha).
E a seguir a um agradável almoço com colegas, apresentação de trabalhos.
Peça de teatro e outros afins durante a tarde, pois rodeiam-me pessoas muito talentosas e com muito bom gosto para musica.
E pronto! Não parei um segundo até agora.
A verdade é,( também), que depois de dias assim, qualquer guerreiro (no caso, guerreira) merece um descanso e eu, confesso, que há muitos dias em que fico a cair. Mas com um sorriso de orelha a orelha, note-se!
terça-feira, 15 de junho de 2010
New Look
Fiquem descansados que não se enganaram no blogue. É O Quinto Andar e é mesmo aqui. Tem é uma roupinha nova e tal. Sim, porque mudar faz bem, estagnar não está com nada. Não acham? O rosinha mantém-se, tornou-se a alma do blogue. Espero que gostem da nova decoração e que voltem sempre.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
"E... como foi?
Ora... Não sei contar. Não é nada do que nós pensávamos. É muito mais, não sei, violento, transcendente, não, nada disso. Acho que tem a ver com a terra, com o mar, sim talvez com o mar. E é como se fosses uma gata, uma onça malhada que caísse de um precipício mas que tivesse asas e pairasse entre o céu e o abismo, entre o céu e o abismo no meio do temporal de uma noite, que, afinal, está toda inundada de luar.
Ena!"
Rosa Lobato de Faria
Ena!"
Rosa Lobato de Faria
terça-feira, 8 de junho de 2010
As "nossas" crianças de hoje...
Este artigo de Daniel Sampaio já não é assim tão recente quanto isso, mas, veio parar-me às mãos novamente e achei que talvez não fosse mal pensado divulgá-lo mais um pouco, para o caso de haver ainda alguém que o não tenha lido. Para reflectir... e muito...
Quando um aluno entra na escola às 8h e sai às 20h, tem pai/mãe em média 3h por dia. Que geração estamos a criar?
PUBLICO.PT
Daniel Sampaio
Quando um aluno entra na escola às 8h e sai às 20h, tem pai/mãe em média 3h por dia. Que geração estamos a criar?
PUBLICO.PT
Contra a escola-armazém
Daniel Sampaio
Merece toda a atenção a proposta de escola a tempo inteiro (das 7h30 às 19h30?), formulada pela Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Percebe-se o ponto de vista dos proponentes: como ambos os progenitores trabalham o dia inteiro, será melhor deixar as crianças na escola do que sozinhas em casa ou sem controlo na rua, porque a escola ainda é um território com relativa segurança. Compreende-se também a dificuldade de muitos pais em assegurarem um transporte dos filhos a horas convenientes, sobretudo nas zonas urbanas: com o trânsito caótico e o patrão a pressionar para que não saiam cedo, será melhor trabalhar um pouco mais e ir buscar os filhos mais tarde. Ao contrário do que parecia em declarações minhas mal transcritas no PÚBLICO de 7 de Fevereiro, eu não creio à partida que será muito mau para os alunos ficar tanto tempo na escola. Quando citei o filme Paranoid Park, de Gus von Sant, pretendia apenas chamar a atenção para tantas crianças que, na escola e em casa, não conseguem consolidar laços afectivos profundos com adultos, por falta de disponibilidade destes. É que não consigo conceber um desenvolvimento da personalidade sem um conjunto de identificações com figuras de referência, nos diversos territórios onde os mais novos se movem. O meu argumento é outro: não estaremos a remediar à pressa um mal-estar civilizacional, pedindo aos professores (mais uma vez...) que substituam a família? Se os pais têm maus horários, não deveriam reivindicar melhores condições de trabalho, que passassem, por exemplo, pelo encurtamento da hora do almoço, de modo a poderem chegar mais cedo, a tempo de estar com os filhos? Não deveria ser esse um projecto de luta das associações de pais? Importa também reflectir sobre as funções da escola. Temos na cabeça um modelo escolar muito virado para a transmissão concreta de conhecimentos, mas a escola actual é uma segunda casa e os professores, na sua grande maioria, não fazem só a instrução dos alunos, são agentes decisivos para o seu bem-estar: perante a indisponibilidade de muitos pais e face a famílias sem coesão onde não é rara a doença mental, são os promotores (tantas vezes únicos!) das regras de relacionamento interpessoal e dos valores éticos fundamentais para a sobrevivência dos mais novos. Perante o caos ou o vazio de muitas casas, os docentes, tantas vezes sem condições e submersos pela burocracia ministerial, acabam por conseguir guiar os estudantes na compreensão do mundo. A escola já não é, portanto, apenas um local onde se dá instrução, é um território crucial para a socialização e educação (no sentido amplo) dos nossos jovens. Daqui decorre que, como já se pediu muito à escola e aos professores, não se pode pedir mais: é tempo de reflectirmos sobre o que de facto lá se passa, em vez de ampliarmos as funções dos estabelecimentos de ensino, numa direcção desconhecida. Por isso entendo que a proposta de alargar o tempo passado na escola não está no caminho certo, porque arriscamos transformá-la num armazém de crianças, com os pais a pensar cada vez mais na sua vida profissional. A nível da família, constato muitas vezes uma diminuição do prazer dos adultos no convívio com as crianças: vejo pais exaustos, desejosos de que os filhos se deitem depressa, ou pelo menos com esperança de que as diversas amas electrónicas os mantenham em sossego durante muito tempo. Também aqui se impõe uma reflexão sobre o significado actual da vida em família: para mim, ensinado pela Psicologia e Psiquiatria de que é fundamental a vinculação de uma criança a um adulto seguro e disponível, não faz sentido aceitar que esse desígnio possa alguma vez ser bem substituído por uma instituição como a escola, por melhor que ela seja. Gostaria, pois, que os pais se unissem para reivindicar mais tempo junto dos filhos depois do seu nascimento, que fizessem pressão nas autarquias para a organização de uma rede eficiente de transportes escolares, ou que sensibilizassem o mundo empresarial para horários com a necessária rentabilidade, mas mais compatíveis com a educação dos filhos e com a vida em família. Aos professores, depois de um ano de grande desgaste emocional, conviria que não aceitassem mais esta "proletarização" do seu desempenho: é que passar filmes para os meninos depois de tantas aulas dadas - como foi sugerido pelos autores da proposta que agora comento - não parece muito gratificante e contribuirá, mais uma vez, para a sua sobrecarga e para a desresponsabilização dos pais. © Copyright PÚBLICO Comunicação Social SA |
domingo, 6 de junho de 2010
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