sábado, 9 de março de 2013

quando as coisas não nos devolvem nada

esta noite vai sair outra vez. nunca são longas, as saídas. nem são assim tantas. ainda assim, é mais uma saída...
cuidou dela durante toda a tarde, agora escurece e vão sendo horas de aparecer no restaurante. esperam-na os amigos do costume, colegas de trabalho na sua maior parte. e, esperam-na também, as conversas: o estado do país, os impostos que não param de aumentar, as despesas com a casa, o carro, com os filhos.... falar-se-á inevitavelmente nas proezas profissionais e na falta delas; e nas gripes que persistem, fruto deste mau tempo, claro...
é verdade que tudo se revela algo terapêutico, menos solitário. convive-se, observa-se, constata-se. principalmente, partilha-se. partilham-se.
até que as horas se cumprem e como sempre, um regresso a casa.
há um novo regressar, que de novo nada tem. é a mesma urgência em voltar para o familiar, em mudar para uma roupa confortável, em espreitar o computador antes de dormir, em se esticar no sempre silencioso quarto.

esta noite insistiu em sair outra vez.
e já deitada, continua sem entender porque insistem as pessoas em cenas que não lhes devolvem nada...


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