quinta-feira, 22 de abril de 2010

"A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias"

A frase de Alberto Caeiro que acompanha o título d'O Quinto Andar parece que nunca me fez tanto sentido como nos últimos dias. Uma sucessão de acontecimentos tem contribuído para este facto. Um, em especial.
Num dia como tantos outros, passava pela sociais da net para o costumeiro "what's up" quando me inteirei de que um amigo com quem não falava já há algum tempo ia partir. E daí? Todos partimos e regressamos de algum lugar, eventualmente, verdade? Pois não foi assim que recebi a notícia. Na realidade, nem tinha que a receber, não era para mim. Mas a ideia da partida foi-me estranha. Pareceu-me definitivo. Não gosto de coisas definitivas. O definitivo assusta-me.
Não deixa de ser curioso que, se não tivesse havido a coincidência e eu de nada tivesse sabido, provavelmente partiria, regressava e eu não teria sentido a estranheza da sua ausência. A ausência de alguém que sempre esteve ausente, engraçado.
O facto é que por alguma razão eu soube. Poderia nada ter mudado, lógico. Mas mudou. Mudou dentro de mim e mudou fora de mim. Há coisas que, por pequeninas que sejam, nos fazem mudar sentimentos e comportamentos. Ainda bem. Se nunca tivesse passado por mim a notícia, teria apenas continuado no entorpecimento de uma ausência que não queria ausente, e nem tinha dado por nada.

2 comentários:

FLR disse...

E será que não teria sido melhor mesmo não teres dado por nada? ;)

memyselfandi disse...

Olha... Começo a achar que sim... sinceramente! ;)
Jt.