Quando eu era miúda, para conseguir as letras das musicas das canções que gostava, e das quais não tinha o disco (os discos quase sempre traziam as respectivas letras), havia duas coisas que fazia: depois de as gravar da rádio (RFM, no caso), para uma cassete (processo que podia levar algum tempo, pois era certo e sabido que um locutor iria falar já depois da musica começar ou antes de ela terminar), era carregar no play, no pause, puxar a fita para trás, puxar para a frente, até conseguir passar para o papel a dita letra. O outro processo, era comprar as revistas onde tais letras pudessem vir publicadas. Na Bravo, podia ser, mas ainda antes de ter descoberto a Bravo, costumava eu comprar duas revistinhas pequeninas muito engraçadas e interessantes (achava eu na altura) que se chamavam "Miúda" e "Coquete", nas quais havia uma letra diferente todas as semanas. Recortava as letras e levava-as comigo quase sempre, numa daquelas bolsas de plástico da capa da escola, para quando me faziam falta. E faziam falta, por exemplo, nos intervalos das aulas, quando surgia a oportunidade de ouvir umas musiquitas e convinha ter à mão a letra para poder acompanhar até memorizá-las totalmente...
Guardo algumas até hoje (tenho grande carinho por esta recordação). Guardarei sempre.
Penso que as fotografias falam por si.