Gostaria neste, como em tantos momentos, de ter as palavras certas para transpor para a escrita todo o emaranhado de sentimentos que sinto dentro de mim.
Talvez começando elas ganhem vida, se multipliquem e sózinhas se organizem e façam sentido.
Talvez elas façam, porque muito pouco vejo eu que o faça. É talvez lugar comum ouvirmos perguntas deste género, mas a mim apetece-me mesmo fazê-las também, tipo, "Porque temos nós que ter coração?", "Porque é que a vida é assim?", Porque não tenho eu um interruptor que possa desligar de alguns sentimentos?", "Porque não existem pílulas para as feridas do coração?"
Como gostaria eu de ter essa capacidade de virar as costas às coisas que magoam e nunca mais olhar para elas!
Como me é difícil conciliar o sono quando desesperadamente aguardo que chegue pois a ele preciso de me agarrar!
É-me, ainda, tão difícil acordar e encarar o que magoa como um sonho mau, apenas, que em breve passará.
"Experimenta sorrir!"- Dizem-me uns. "Esquece!" - Dizem-me outros. Tudo bons conselhos. Eu sorrio, se quiserem. Eu digo que esqueço. Eu digo sim a tudo isso. E de cada vez que o digo, o coraçaõzito vai encolhendo de embaraço porque sabe que o sentimento volta e ninguém vai querer saber dele para nada...
“A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias” – Alberto Caeiro
terça-feira, 27 de abril de 2010
Mais do que palavras... XVI
Não ser
Quem me dera voltar à inocência
Das coisas brutas, sãs, inanimadas,
Despir o vão orgulho, a incoerência:
- Mantos rotos de estátuas mutiladas!
Quem me dera voltar à inocência
Das coisas brutas, sãs, inanimadas,
Despir o vão orgulho, a incoerência:
- Mantos rotos de estátuas mutiladas!
Ah! arrancar às carnes laceradas
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!
Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
...
Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?!...
Florbela Espanca
Seu mísero segredo de consciência!
Ah! poder ser apenas florescência
De astros em puras noites deslumbradas!
Ser nostálgico choupo ao entardecer,
De ramos graves, plácidos, absortos
Na mágica tarefa de viver!
...
Quem nos deu asas para andar de rastos?
Quem nos deu olhos para ver os astros
- Sem nos dar braços para os alcançar?!...
Florbela Espanca
sexta-feira, 23 de abril de 2010
quinta-feira, 22 de abril de 2010
"Sóis"
Se ignorarmos aquela horinha de chuva matutina, podemos afirmar veementemente que esteve um dia de Sol magnífico!
In fact, hoje, tudo à minha volta tinha o brilho do sol. O acordar do A. (a quem o João Pestana não queria de maneira nenhuma largar de manhã), o sorriso das pessoas na rua, no trabalho, o lugar cheio de um verde fantástico onde passei a tarde...
Um dia magnífico de Sol e de Sóis.
Oxalá a lua brilhe na minha noite com igual magnificência!
In fact, hoje, tudo à minha volta tinha o brilho do sol. O acordar do A. (a quem o João Pestana não queria de maneira nenhuma largar de manhã), o sorriso das pessoas na rua, no trabalho, o lugar cheio de um verde fantástico onde passei a tarde...
Um dia magnífico de Sol e de Sóis.
Oxalá a lua brilhe na minha noite com igual magnificência!
"A espantosa realidade das coisas é a minha descoberta de todos os dias"
A frase de Alberto Caeiro que acompanha o título d'O Quinto Andar parece que nunca me fez tanto sentido como nos últimos dias. Uma sucessão de acontecimentos tem contribuído para este facto. Um, em especial.
Num dia como tantos outros, passava pela sociais da net para o costumeiro "what's up" quando me inteirei de que um amigo com quem não falava já há algum tempo ia partir. E daí? Todos partimos e regressamos de algum lugar, eventualmente, verdade? Pois não foi assim que recebi a notícia. Na realidade, nem tinha que a receber, não era para mim. Mas a ideia da partida foi-me estranha. Pareceu-me definitivo. Não gosto de coisas definitivas. O definitivo assusta-me.
Não deixa de ser curioso que, se não tivesse havido a coincidência e eu de nada tivesse sabido, provavelmente partiria, regressava e eu não teria sentido a estranheza da sua ausência. A ausência de alguém que sempre esteve ausente, engraçado.
O facto é que por alguma razão eu soube. Poderia nada ter mudado, lógico. Mas mudou. Mudou dentro de mim e mudou fora de mim. Há coisas que, por pequeninas que sejam, nos fazem mudar sentimentos e comportamentos. Ainda bem. Se nunca tivesse passado por mim a notícia, teria apenas continuado no entorpecimento de uma ausência que não queria ausente, e nem tinha dado por nada.
Num dia como tantos outros, passava pela sociais da net para o costumeiro "what's up" quando me inteirei de que um amigo com quem não falava já há algum tempo ia partir. E daí? Todos partimos e regressamos de algum lugar, eventualmente, verdade? Pois não foi assim que recebi a notícia. Na realidade, nem tinha que a receber, não era para mim. Mas a ideia da partida foi-me estranha. Pareceu-me definitivo. Não gosto de coisas definitivas. O definitivo assusta-me.
Não deixa de ser curioso que, se não tivesse havido a coincidência e eu de nada tivesse sabido, provavelmente partiria, regressava e eu não teria sentido a estranheza da sua ausência. A ausência de alguém que sempre esteve ausente, engraçado.
O facto é que por alguma razão eu soube. Poderia nada ter mudado, lógico. Mas mudou. Mudou dentro de mim e mudou fora de mim. Há coisas que, por pequeninas que sejam, nos fazem mudar sentimentos e comportamentos. Ainda bem. Se nunca tivesse passado por mim a notícia, teria apenas continuado no entorpecimento de uma ausência que não queria ausente, e nem tinha dado por nada.
terça-feira, 6 de abril de 2010
segunda-feira, 5 de abril de 2010
O Verão chegou novamente ao Sul
e os dias estão lindos! Passeio na praia, sim. Mas mergulhito no mar ainda não apetece lá muito... Como tal, nós por cá, (no Quinto Andar), vamos dando os mergulhitos na swimmimg pool ...
E tem estado uma delícia ;)
E tem estado uma delícia ;)
sábado, 3 de abril de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
O sabor das férias
Embora estejamos já em cima da Páscoa, só ontem pude realmente dizer que estava de férias. Como é hábito, acordei com uma sensação bem agradável e sem sentir necessidade de correr para onde quer que fosse. Começaram as férias com muito boa disposição e com grande vontade de dar umas braçadas! A manhã de ontem foi então ocupada pelo exercício físico (dentro de uma piscina que é o meu preferido) e uma sensação tão doce como um qualquer doce de Páscoa provocada pelo bem estar que causava a água quentinha no corpo...!
A tarde foi recheada de pecados comestíveis, ou seja, compras e mais compras, provas e mais provas de iguarias próprias da época e que envolvem forçosamente (mesmo que uma pessoa não queira comprar nem comer, é obrigada) chocolates! Muitos chocolates de todas as formas e feitios. Estes dias são terríveis! Não dá para evitar... é mais forte do que eu.
O dia hoje acordou um pouco diferente. A minha sweet home também precisa de atenção e nas épocas festivas gosto de lhe dar um mimito. Dediquei-me às arrumações e às decorações Pascais. Tenho agora ovos, coelhos e galinhas em vários cantos da casa e está tudo muito colorido e "achocolatado". Está também um dia magnífico de sol e o ar livre chamou por mim. Decidi que com umas flores do campo é que era! Um passeio aqui pelas redondezas e apanhei um ramalhete (que nem era rubro nem de papoilas como o do Cesário), mas de um verde-azul-amarelo muito em sintonia e que está neste momento numa singela jarra em cima de um móvel a alegrar ainda mais o ambiente. E tomei agora a decisão de "tentar" fazer um folar à moda de Trás-os-montes para matar um pouco as saudades do Norte. Digo "tentar" porque não sei qual será o resultado, mas espero, pelo menos, ficar com a casa inundada do cheirinho característico do manjar... Se correr bem, conto e mostro, boa?! E se insistirem muito um dia dou-vos a receita...
quinta-feira, 1 de abril de 2010
Aposto que não sabem qual é o segredo do sucesso do coelhinho da Páscoa!
Páscoa feliz para todos! Gosto de vocês e quê...
Perda
perda, s. f.
1. Acto ou efeito de perder ou ser privado de algo que possuía.
2. O acto de não vencer.
3. Carência, privação do que se possuía.
4. Extravio, sumiço.
5. O objecto perdido.
1. Acto ou efeito de perder ou ser privado de algo que possuía.
2. O acto de não vencer.
3. Carência, privação do que se possuía.
4. Extravio, sumiço.
5. O objecto perdido.
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