sábado, 31 de outubro de 2009

Happy Halloween (ano 2)

Achei que este ano vinha a propósito desejar-vos um feliz dia das bruxas com este(s) vídeos...




quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Houve auditoria

A ansiedade. Os nervos. As unhas roídas. As cólicas. As horas extraordinárias. A escassez de sono. As olheiras. A falta de apetite. O riso histérico de quem já está por tudo. Os papeis (sim, os papeis são essenciais, sem papeis, nada feito). Os computadores.  A luz dos computadores nos olhos. O zumbido dos computadores nos ouvidos. A manhã. O dia.
A auditoria. O tom de voz. O desdém pelo árduo trabalho alheio. O pouco caso. A atitude. Os modos. A prepotência. A animosidade.
Houve auditoria.
Acabou a auditoria. O sentir-se mais pequenino que uma formiga. A sensação do esforço em vão. As lágrimas de alívio e de... frustração. O baixar a cabeça. O levar na cabeça das chefias. O perguntar-se: "Para quê tanto esforço?"
E tudo porque se desempenham funções de seis quando se é apenas um, e mesmo assim...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

There's something wrong with the world, today

Não me parece normal que na France Telecom, na GNR e outras entidades e empresas por este mundo fora, as pessoas se andem a matar!
Não me parece normal, também, que as pessoas o comentem aqui e ali com o mesmo desprendimento de quem fala da roupa mal lavada da vizinha mas que está estendida no quintal, tipo "Olha, ontem lá foi mais um...".
Tem-me feito alguma confusão estes infelizes fenómenos que parecem não ter fim, e todos aceitarem isto como factos e ninguém se indignar!
O mundo está em crise. Já sabemos. As empresas fecham. Já sabemos. Os funcionários são dispensados a torto e a direito, já sabemos. Mas alguém sabe como fazer para que isto acabe? Alguém quer saber? Alguém está, de facto, a fazer alguma coisa para que isto pare?
Para alguns essa realidade está tão longe que vão vivendo a vidinha e comentando as tragédias como se de filmes de ficção se tratassem. Mas há quem pense sobre isto seriamente e muito, mas muito perto de cada um de nós. E nós? Não damos por nada, até um dia..

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Como uma palavra faz toda a diferença

Trocava umas impressões com uma colega sobre a nova versão do filme "FAME".
Cada uma fez a sua apreciação (ela viu por estes dias) e entre novidades e recordações, sonoridades e interpretações, veio-me à lembrança, com uma nitidez incrível, uma das falas do filme: "Talk to me, not at me...".
Pensei para comigo como as palavras têm poder e como a alteração de uma tão pequenina faz toda a diferença numa frase e no coração de quem a ouve...

Conversa com a menina das unhas no shopping

Eu - Olá. Hoje está sozinha.
Ela - Olá. Sim. Tenho estado.
Eu - A sua colega que estava grávida já teve o bebé?
Ela - Ainda não. Mas está de baixa. Não volta tão cedo.
Eu - Então ainda não têm substituta?
Ela - Não. Nem vamos ter..
Eu - A sério?! Então como vão fazer?
Ela - Como temos feito. Isto abre às 10 da manhã e fecha às 11 da noite e temos que assegurar entre as duas que cá estamos. A minha colega foi comer qualquer coisa a correr. Já está uma pessoa à espera. Vê como é?
Eu - Vejo, vejo... É que ainda são muitas horas, realmente... Pelo menos pagam-vos as horas a mais, não?
Ela - Isso agora... Não falta quem queira trabalhar, minha senhora...
Eu - Você tem filhos?
Ela - Coitados dos meus filhos...

Calei-me. Não perguntei absolutamente mais nada. Fiquei deprimida o resto da tarde.

domingo, 25 de outubro de 2009

Candy, candy


Quando era miúda não perdia um episódio destes desenhos animados. Eram do mais empolgante que havia! As venturas e desventuras da pequena Candy (que nos últimos episódios da serie transmitidos pela RTP era já uma rapariga namoradeira), fazia com que seguisse quase religiosamente tal momento televisivo. Era sem igual, naquele momento.
Ah! O que me lembro da história de amor com o António e da timidez e impossibilidade (devida já não me lembro a quê) daquele partilhar romântico! Que agonia! E ali estava eu, dia após dia, ao final da tarde, depois das obrigações escolares e do lanchinho da mamâ (sempre preparado quando chegava da escola) prontinho a ser devorado! Às vezes até havia surpresas e tudo. Ai, aquele bolinho quentinho a sair do forno!
Dá-me pena que se percam coisas na vida que nunca mais voltam. Bem sei que não há volta a dar-lhe, mas tudo o que é definitivo me causa um sentimento de impotência e no me gusta...
Curioso que muitos desenhos animados dos anos 80 da RTP foram emitidos novamente, e nunca me constou que houvesse uma reposição da Candy. Pergunto-me porquê.

sábado, 24 de outubro de 2009

Quando é que a "rentreé" me dá descanso?

Pergunto eu! Já estamos no final de Outubro, as férias já vão longe e até já chegou o Outono. Nevertheless, é uma sucessão de coisas para fazer (à partida será para se fazerem apenas no início do ano lectivo) que nunca mais acabam. Planificações, acolhimentos, apresentações oficiais, definição de horários, reuniões, ...
Desde que o trabalho começou que a minha lista de "things to do" nunca mais acaba. É que acabo de riscar uma e já estão na ponta da caneta mais uma duzia delas. Parecem uma praga de insectos! Nunca mais se esgotam.
Segue-se, portanto, um cansaço tremendo, do qual nunca me desfaço, pois ao fim de semana ou nos poucos momentos livres tenho que aproveitar para lidar com coisas comuns a todos os mortais e muito há para fazer.
Meaning, eu que tanto gosto de vocês (e de mim aqui), vejo-me forçada a algum afastamento.
Cá arranjei um bocadito e vim logo a correr. Espero ir conseguindo uns "furitos" para fazer o jeito aos dedos...

sábado, 17 de outubro de 2009

It most certainly is..

Viver é um processo engraçado! Enquanto crescemos são-nos impostas umas regras que não entendemos, contra as quais protestamos porque não entendemos, mas que acabamos por cumprir. 
Mais tarde, interiorizamos todas essas aprendizagens e aceitamo-las como mais um elemento importante ao papel do ser humano em sociedade. O papel social é importante. Damos por nós a impor essas mesmas regras aos nossos filhos ou simplesmente à geração mais nova. 
O processo continua e, eventualmente, paramos, reflectimos e voltamos a questionar tais regras (agora já temos tempo e maturidade para as por em causa). Encontramo-nos já numa altura da vida em que nem tudo nos satisfaz (não foi assim que idealizámos), e arriscamos pensar que se as regras não tivessem sido cumpridas com todo o afinco, provavelmente a sensação que se sente no "agora" seria diferente. Para melhor, claro. Resolvemos ser audazes e colocamos esta nova teoria em prática. Que se lixem as regras! O importante é viver! E vivemos,então, sem (algumas) regras. A coisa dá para o torto. Há coisas que só se podem viver em determinadas idades ou acabamos por cair no ridículo. Voltamos atrás nas nossas convicções: os nossos pais estiveram sempre certos. O que ensinamos aos nossos filhos é o certo. Os errados somos nós. As gerações anteriores ensinaram-nos isto. Porque teimámos em questioná-lo? Numa nova etapa do processo bem dizemos as regras, a ausência delas tirou-nos o chão. Sem chão, afundamos.
Ain't life a bitch?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Frase do mês

Quem nunca preferiu um gesto a uma palavra? Quem nunca teve a sensação de estar a ouvir palavras vazias? Quem nunca ouviu sons realizados numa boca de  onde o silêncio teria dito muito mais? Quem nunca desejou elevar-se para um mundo onde os sons que certas almas reproduzem seriam mudos? 
Quem?

"Para falar ao vento bastam quatro palavras, para falar ao coração são necessárias obras."
Padre António Vieira


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Momento relax...

Recebi um mail com uma lista interminável de "piropos" (ainda por cima devidamente agrupados) que foi do mais delicioso que já li. Enquanto os lia, um sorriso acompanhava e uma gargalhada explodia de quando em quando. Porque uns são delicados, outros não. Porque uns nos fazem sorrir, outros ficar com vontade de pegar numa pedra e partir a cabeça de quem o disse. Porque uns nos levantam o ego, outros o destroem. De todos os que li, apenas seleccionei alguns, é que aqui é o Quinto Andar e a linguagem...
Mereceram a minha atenção e achei que não devia privar-vos de tais pérolas.
Destaquei os das gargalhadas.

Capítulo 1 - A rima rica
. Ó flor dá para pôr?
. Ó doce, era onde fosse.

Capítulo 2 - O trocadilho
. Ó febra, junta-te aqui à brasa.
. Ó jóia, anda aqui ao ourives.
. Andas na tropa? É que marchavas que era uma maravilha.
. Tantas curvas e eu sem travões.
. A tua mãe só pode ser uma ostra para cuspir uma pérola como tu.
. Tanta carne boa e eu em jejum.
. A ti não te custava nada e a mim sabia-me tão bem.

Capítulo 3 - A metáfora
. Ainda dizem que as flores não andam!
. Que rica sardinha para o meu gatinho.

Capítulo 4 - Os ordinários
. Ó filha, fazia-te um pijaminha de cuspo.
. Ai de ti que eu saiba que andas a passar fome!
. Ó faneca, anda cá que o pai unta-te.
. Ainda dizem que a fruta verde não se come.
. O teu pai deve ser arquitecto, és cá uma obra!
. Ó boneca, era a estrear.

Capítulo 5 - A subtileza do povo
. Ia até ao fim do mundo por um dos teus sorrisos, e ainda mais
longe por outra coisa...
. Estou a lutar desesperadamente contra o impulso de fazer de ti a
mulher mais feliz do mundo.

. Sabes onde ficava bem a tua roupa? Toda amarrotada no chão do meu quarto.
. Só a mim é que não me calha uma destas na rifa.

Capítulo 6 - Os religiosos
. Diz-me lá como te chamas para te pedir ao Menino Jesus!
. Ó filha, queres ir ao céu? Sobe os andaimes que o resto do caminho
é por minha conta.

. Ó filha, se não acreditas que Deus é feito de carne e osso sobe os
andaimes e anda cá tocar-me.
. Abençoados pais que conceberam esta coisinha linda!

Capítulo 7 - Os espirituosos
. Se eu estivesse no teu lugar, tinha sexo comigo na boa.
. Ó menina, cuidado que prendeu-se-lhe a parte de baixo da saia no
manípulo da betoneira.
. Essa roupa fica-te muito bem, mas eu ficava-te melhor.
. Se cair, já sei onde me agarrar.
. Acreditas em amor à primeira vista ou tenho que passar por aqui outra vez?
. És um bilhete de primeira classe para o pecado.
. Queria ser um patinho de borracha para passar o dia na tua banheira.
. Deves estar tão cansada, passaste a noite às voltas na minha cabeça.
. Posso não ser bonito como o Brad Pitt, nem ter os músculos do
Schwarzenegger, mas posso ser uma Lassie.


Capítulo 8 - Quem desdenha…
. Não és nada de se deitar fora, já tive pior e a pagar.
. Podes não ser a rapariga mais gira, mas com a luz apagada também é bom.
. Ó filha, tens carinha de modelo mas o resto é um continente!

Capítulo 9 - Quando a canção falha...
. Ai não queres? Eu vi logo, gorda como estás é porque não suas muito.
. És mesmo esguia, pareces uma sereia: metade mulher, metade baleia.
. Também só queria saber o teu nome para saber em quem estou a pensar.


domingo, 11 de outubro de 2009

Mais do que palavras... IX

Interrogando


Que sabes tu das minhas agonias
dos meus anseios de alma
da minha luta de todos os dias?
Que sabes tu dos meus sonhos de vida
da minha arquitectada melodia,
do amargor que entorno na subida?
Que sabes tu?
Que sabes tu dos lagos onde passo
de transparência liquida azulada,
os pés enrodilhados em sargaço?
Que sabes tu das noites enevoadas,
num desatino louco e labiríntico,
onde procuro saídas não achadas?
Que sabes tu?
Que sabes tu dos meus desejos
se não me compreendes,
nem entendes os meus beijos...


  Maria Leonor de Mello Horta
(Breve Antologia da Poesia Feminina Algarvia)

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Vão sendo horas...

Vão sendo horas do recolher.
As horas, vão sendo.
O recolher, nem por isso.
Até que devia.
Até que podia.
Dava jeito, se pudesse.
Mesmo devendo, o recolher não chega.
Lembrei-me então daqui.
De vocês.
De "nós".
Lembrei-me de esquecer que há mais mundo para além disto e procurei este mundo.
Vim para este mundo.
E "encontro-me" nele, mais uma vez.
Não.
Não disse "estou" nele.
Disse, encontro-ME nele.
E depois?
Bem, depois, perco-me nele também...

domingo, 4 de outubro de 2009

FAME, século XXI

Saí do cinema com um sorriso de orelha a orelha, mais uma vez.
Já fui ver o filme FAME para a nova geração (caso tivesse duvidas, esta frase que acompanha o filme para todo o lado, seria suficientemente esclarecedora relativamente ao facto de eu ser da "outra" geração), e informo-vos que é um filme "highly contagious" (no bom sentido), digo-vos eu.
Não "bate" o primeiro, o de 1980, contudo.
De maneira nenhuma.
Quer dizer, o astral está lá, o Melting-pot e a filosofia de que somos todos diferentes mas todos iguais e que tão bem ilustra a imensa Nova Iorque também.
Não faltou a famosa Miss Grant, que desta vez era a directora da escola, nem o famoso monólogo introdutório "You've got big dreams. You want fame. Well, fame costs... " faltou.
Faltou alguma coisa, mesmo assim.
Faltou a densidade do primeiro.
Faltou a "força" do argumento do primeiro.
Faltou o Bruno Martelli, a Doris, o Leroy e a Coco.
Se calhar, o que faltou, foi a minha adolescência...



Onda de azul e branco





Hoje os tons de azul e branco rodearam o Quinto Andar. Os meus tão apreciados e calmantes tons de rosa do Quinto foram, desde manhã, ofuscados pelas contrastantes nuvens de azul e branco que por aqui deslizavam. Caso eu ainda tivesse duvidas do que se passava, eis a minha vista do Quinto Andar quando vou à varanda e olho para baixo:



sábado, 3 de outubro de 2009

Imagens com alma

Algumas são belíssimas. Outras são profundas. Há as inteligentes. Que dão que pensar. Que fazem sorrir. Que fazem chorar. Que fazem sonhar. Há imagens que, de facto, dispensam palavras.
É nesta linha de pensamento que a partir deste momento vai passar a fazer parte deste blogue uma imagem que fala por si. Não decidi a sua periodicidade, talvez nem tenha uma. Podem ou não ser minhas. Sempre que o não forem, serão os primeiros a saber. Se tiverem sugestões, enviem. Enjoy....

Palavras para quê?


(enviado por Carla Rocha)

Frase do mês (anterior)


Pois foi. A frase do mês passado não foi colocada. Not to worry. Vai cá estar a partir de agora e muito bem acompanhada.


"Pela rua do já vou, chega-se à casa do nunca"
                                                   Miguel Cervantes




Sendo ele um marcante interprete da musica nacional dos anos 80, imediatamente a frase me fez lembrar dele. António Variações e uma das suas musicas. 
Pergunto-me qual delas será.


É p'ra amanhã
É p'ra amanha
Bem podias fazer hoje
Porque amanhã sei que voltas a adiar
E tu bem sabes como o tempo foge
Mas nada fazes para o agarrar

Foi mais um dia e tu nada fizeste
Um dia a mais tu pensas que não faz mal
Vem outro dia e tudo se repete
E vais deixando ficar tudo igual

É p'ra amanhã
Bem podias viver hoje
Porque amanhã quem sabe se vais cá estar
Ai tu bem sabes como a vida foge
Mesmo que penses que esta p'ra durar

Foi mais um dia e tu nada viveste
Deixas passar os dias sempre iguais
Quando pensares no tempo que perdeste
Então tu queres mas é tarde demais

É p'ra amanhã
Deixa lá nao faças hoje
Porque amanhã tudo se há-de arranjar
Ai tu bem sabes que o trabalho foge
Mesmo de quem diz que quer trabalhar

Eu sei que tu andas a procurar
Esse lugar que acerte bem contigo
Do que aparece não consegues gostar
E do que gostas já está preenchido


Aqui também é mundo

Há uns meses atrás, numa conversa daquelas que às vezes acontece travarmos com alguém, foi-me dita a seguinte frase: "Há mais mundo para além disto".
Embora a afirmação não me parecesse tão eficaz como quem ma disse pretendia, (afinal é óbvio, pois se assim não fosse a humanidade já era), tirei as minhas ilações e até vi algum sentido nela. Já não vejo. Nestes dias de afastamento de tal mundo realizei que o mundo também está aqui. Que não têm que ser mundos diferentes, o outro e este. Que, como outro alguém me disse também, aqui "vibra-se de vida. Os olhos que aqui lêem são reais, tal como os corações que aqui sentem".
Este mundo, faz agora parte do nosso mundo. São ambos um mesmo mundo. E é no mundo que se vive.